"Há relativamente pouco tempo, bem dentro da nossa galáxia" – e para dizer a verdade, aqui e agora - um grande perigo ameaça os céus do nosso planeta. O poderoso lixo espacial.
O vídeo da ESA recorda o início dos filmes e, num minuto e catorze segundos, sob o título original "Clean Space: The Debris Menace" - Espaço Limpo: A Ameaça dos detritos, chama a atenção para a problemática que paira sobre as nossas cabeças.
O lixo espacial resulta de milhares de lançamentos espaciais para a órbita terrestre, que várias nações têm feito desde o ínicio da corrida espacial nos anos 60.
Lixo espacial e meteoros caem na Terra todos os dias
De cada vez que se enviam para órbita astronautas, satélites ou cápsulas de reabastecimento, são ejetadas milhares de pequenas peças metálicas, que ficam a flutuar em volta do nosso planeta, devido à falta de peso das mesmas em ambiente de gravidade nula ou quase nula.
Objectos que, com o tempo, podem cair na terra mas que, antes desse desfecho, viajam a velocidades superiores a 28 mil quilómetros hora, uma velocidade superior a uma bala. O seu impacto com outros objetos pode provocar estragos avultados.
Até mesmo a colisão com a Estação Espacial Internacional de um objecto tão pequeno como, por exemplo, um parafuso, a 28 mil quilómetros hora, poderia provocar um rombo de tal forma grande que colocaria em risco de vida os astronautas que lá estão.
Analistas acreditam que, o recente desaparecimento súbito de um satélite se ficou a dever à colisão com lixo espacial, que o fez desintegrar-se.
Perigos que preocupam, e muito, as agências espaciais que, cada vez mais, vêem os seus satélites e estações em risco, assim como reduzidas as “janelas” de colocação em órbita de mais satélites e de astronautas.
Foi o caso do WT1190F, um pedaço de lixo espacial com dimensões superiores a dois metros, detectado em novembro passado, pelo Catalina Sky Survey, um programa da Universidade do Arizona (EUA) cujo objetivo é descobrir asteróides e cometas que passam perto da Terra.
Felizmente, o dito objecto não provocou danos, quer lá em cima, quer cá em baixo, mas serviu para colocar à prova os planos que os astrónomos preparam para uma eventual aproximação à Terra de um objeto perigoso.
Atualmente, há cerca de 20 objetos artificiais identificados dentro da categoria do WT1190F, que se movem numa órbita superior.
Infelizmente, estima-se que o número seja muito superior, embora seja impossível precisar a quantidade.
De acordo com os dados mais recente da Nasa e da Agência Espacial Europeia, há cerca de 500 mil fragmentos de lixo espacial entre 1 e 10 cm a orbitar o nosso planeta.
Isto sem contar com os detritos naturais que surgem sob a forma de meteoros, de asteróides ou de cometas, que por vezes só se dão a conhecer poucos dias antes da aproximação à Terra.