Erupções e ejeções. Missão solar da Índia obtém "resultado significativo" para proteção de satélites
Os cientistas da Organização de Investigação Espacial Indiana (ISRO) divulgaram o “primeiro resultado significativo” da sonda Aditya-L1, colocada em órbita em setembro de 2023 com a missão de explorar as camadas mais externas do Sol. A nova descoberta pode contribuir para proteger as redes elétricas e os satélites de comunicação de possíveis riscos, quando a atividade solar ameaçar estruturas na Terra e no espaço.
De acordo com o professor R. Ramesh, do Instituto Indiano de Astrofísica, ouvido pela BBC, “um CME pode pesar até um bilião de quilos e atingir uma velocidade de até 3.000 km por segundo”.
As ejeções de massa coronal podem rumar à Terra e, na sua velocidade máxima, levariam cerca de “15 horas para fazer a distância de 150 milhões de quilómetros entre a Terra e o Sol”.Apesar de não serem uma ameaça à vida humana, as tempestades solares, erupções solares e ejeções de massa coronal afetam diretamente o clima espacial e os satélites.
Devido às tempestades solares, formam-se as auroras boreais - visíveis em Portugal, especialmente, este ano -, fenómeno que preenche o céu com várias tonalidades. Ao interferir no campo magnético, podem causar estragos e afetar o dia a dia da população, como por exemplo “atrapalhar a internet, linhas telefónicas e a comunicação de rádio”, explica Ramesh.
Greetings from Aditya-L1!
— ISRO ADITYA-L1 (@ISRO_ADITYAL1) January 6, 2024
I've safely arrived at Lagrange Point L1, 1.5 million km from my home planet. 🌍Excited to be far away, yet intimately connected to unravel the solar mysteries #ISRO pic.twitter.com/BCudJgTmMN
Os dados captados pela sonda de observação solar permitem que os cientistas consigam estimar o momento preciso em que uma ejeção de massa coronal tem início. Desta forma, o estudo torna possível ajudar a proteger redes elétricas e satélites quando as atividades solares ameaçarem as infraestruturas, diminuindo o impacto deste fenómeno na população.
A missão indiana tem importância de alcance global, uma vez que torna possível “estimar com precisão o momento em que uma ejeção de massa coronal começa e em que direção está a ir”, explicou o académico.