A justiça brasileira suspendeu um material didático do governo de São Paulo repleto de erros como dizer que há praias na cidade de São Paulo, que a água poluída provoca Alzheimer e que D.Pedro II acabou com a escravatura.
"Da leitura dos documentos, é possível constatar que no material digital existem erros de conteúdo, que merecem ser corrigidos pelo órgão responsável, sob pena de comprometer a qualidade da educação no estado e prejudicar o processo de aprendizado dos alunos", escreveu na decisão a juíza Simone Casoretti.
A magistrada, segundo a Agência Brasil, estipulou ainda um prazo de 48 horas para o cumprimento da decisão e uma multa de 10 mil reais (1.880 euros) por dia em caso de incumprimento.
O material, sob a forma de apresentações de diapositivos para serem exibidos nas salas de aula das escolas públicas, foi preparado pela Secretaria de Educação do estado de São Paulo, o mais populoso do Brasil.
Um deles afirma, por exemplo, que a cidade de São Paulo tem praias, apesar de a mais próxima estar a mais de 70 quilómetros de distância.
Outro documento induz os alunos ao erro ao afirmar que a água poluída com mercúrio pode causar Alzheimer ou Parkinson.
Se tivessem seguido à risca esse material didático, os professores também teriam mencionado uma descoberta feita pelo físico Léon Foucault em 1985, apesar de ele ter morrido em 1868.
No material ainda é dito, de forma errónea, que, em 1888, D.Pedro II assinou a Lei Áurea, que encerrou a escravatura institucionalizada no Brasil, quando na realidade foi assinada pela sua filha, a Princesa Isabel.
De acordo com o portal de notícias G1, as autoridades do estado de São Paulo mandaram corrigir os erros e os responsáveis foram demitidos.