O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou esta sexta-feira que irá submeter ao Parlamento a ratificação do pedido de adesão da Finlândia à Aliança Atlântica. Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, saúda a decisão turca, mas espera que também a Suécia receba o aval de Ancara em breve.
“Decidimos iniciar o processo de adesão da Finlândia à NATO no nosso Parlamento” anunciou o chefe de Estado turco após uma reunião com o presidente finlandês, Sauli Niinistö, em Ancara.
Numa reação imediata a esta decisão por parte da Turquia, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, saudou a decisão turca. “O mais importante é que a Finlândia e a Suécia se tornem rapidamente membros de pleno direito da NATO, não exatamente ao mesmo tempo”, vincou.
Numa reação imediata a esta decisão por parte da Turquia, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, saudou a decisão turca. “O mais importante é que a Finlândia e a Suécia se tornem rapidamente membros de pleno direito da NATO, não exatamente ao mesmo tempo”, vincou.
"Saúdo a decisão hoje tomada pela Turquia de avançar com a ratificação da adesão da Finlândia à NATO. Isto reforçará a segurança da Finlândia, reforçará a segurança da Suécia e reforçará a segurança da NATO", afirmou o responsável a partir de Bruxelas.
Com a aprovação turca no horizonte, a candidatura finlandesa fica praticamente aprovada por todos os Estados-membros, faltando ainda a ratificação por parte da Hungria. Budapeste deverá aprovar em breve os pedidos de adesão dos dois países nórdicos.
De recordar que os pedidos de adesão de Finlândia e Suécia foram apresentados em maio de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, pedido esse que foi oficializado. Tal como todas as adesões, as decisões requerem uma decisão unânime dos vários Estados-membros.
Em conferência de imprensa, Recep Tayyip Erdogan disse esperar que a ratificação parlamentar aconteça antes das eleições gerais na Turquia, a 14 de maio, até porque o Parlamento turco deverá ficar suspenso cerca de um mês antes da votação.
“Esperamos que o Parlamento tenha tempo [para a ratificação]”, sublinhou Sauli Niinistö, o presidente finlandês. Acrescentou que o processo é “muito importante para a Finlândia”.
O país nórdico, neutral durante várias décadas, partilha com a Rússia uma fronteira com mais de 1.300 quilómetros, vendo na NATO um pilar imprescindível à sua defesa.
No entanto, e tal como defendeu o presidente finlandês, a candidatura da Finlândia “não está completa sem a da Suécia”. “Estávamos preparados”
Em reação à decisão anunciada por Erdogan, Estocolmo lamentou a falta de abertura por parte de Ancara em relação à candidatura sueca.
“É um desenvolvimento que não queríamos, mas para o qual estávamos preparados”, indicou o ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, Tobias Billström, acrescentando que a Suécia está a fazer "tudo o que está no memorando", numa referência ao acordo assinado entre Ancara, Hensínquia e Estocolmo na cimeira da NATO que decorreu em Madrid, em junho de 2022.
Em conferência de imprensa, o MNE sueco destacou que o país continua a procurar garantir “as duas ratificações que faltam”, nomeadamente da Turquia e da Hungria.
Suécia e Finlândia abandonaram a tradicional política de não-alinhamento à luz da invasão da Ucrânia pela Rússia. No entanto, os dois países que pretendiam avançar “de mãos dadas” poderão entrar na Aliança Atlântica em simultâneo. Em fevereiro, o secretário-geral da NATO continuava a exigir a Ancara a integração imediata dos dois países.
Ainda que tenham sido apresentadas em simultâneo, as candidaturas da Finlândia e da Suécia têm obtido reações díspares na Turquia.
Nos últimos meses, as relações diplomáticas entre Ancara e Estocolmo têm sido marcadas pelas exigências do Governo turco em relação a mais de uma centena de pedidos de extradição.
“Não houve nenhuma ação positiva por parte da Suécia em relação à lista de terroristas”, afirmou Erdogan esta sexta-feira, numa referência a grupos de ativistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e outros grupos curdos que residem no país.
As relações entre suecos e turcos deterioraram-se ainda mais no início de 2023, quando um político sueco de extrema-direita fez um protesto junto à Embaixada turca em Estocolmo, no qual queimou um Corão, o livro sagrado do Islão.
Outro protesto que provocou a ira das autoridades turcas foi o de uma comunidade curda em Estocolmo, que pendurou uma efígie do presidente da Turquia num poste de iluminação, em protesto contra a adesão da Suécia à NATO.
Na terça-feira, ainda antes de ser anunciada esta decisão, o primeiro-ministro sueco admitia que as probabilidades de adesão da Finlândia sem a Suécia tinham aumentado.
Ainda assim, Ulf Kristersson afirmou que mantém a esperança de garantir a entrada do país na Aliança Atlântica antes da próxima cimeira da NATO, que decorre em julho em Vilnius, na Lituânia.