Equador. Governo repõe subsídio aos combustíveis e protestos terminam
O Governo do Equador retirou no domingo o polémico decreto que suprimiu os subsídios do Estado ao combustível e vai criar uma comissão com líderes indígenas para passar uma nova lei com que ambas as partes concordem.
A comunidade indígena do Equador, que representa cerca de oito por cento da população e foi a mentora da contestação dos últimos 12 dias na capital Quito, conseguiu agora chegar a acordo com o Governo do Presidente Lenín Moreno.
A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) exigiu a revogação do decreto 883.
Após cerca de quatro horas de negociações, Arnaud Peral, o representante das Nações Unidas no Equador, declarou que os líderes indígenas concordaram em cancelar os protestos que estavam agendados contra o decreto que significava um aumento do preço do combustível.
Também o Presidente Lenín Moreno considerou que esta é uma solução para a paz e explicou que “o Governo substituirá o decreto 883 por um novo que contenha mecanismos para focar os recursos em quem mais necessita dos mesmos”.
Una solución para la paz y para el país: el Gobierno sustituirá el decreto 883 por uno nuevo que contenga mecanismos para focalizar los recursos en quienes más los necesitan. ¡Se recobra la paz y se detienen el golpe correísta y la impunidad! #DialogarEsElCaminoEC pic.twitter.com/QfeUJpUcMk
— Lenín Moreno (@Lenin) 14 de outubro de 2019
A reforma nos combustíveis tinha sido exigida pelo Fundo Monetário Internacional a troco de um empréstimo superior a três mil milhões de euros. As manifestações nas ruas da capital duraram 12 dias e fizeram pelo menos cinco mortos.
Lenín Moreno tinha já declarado o estado de emergência no país e exigido o recolher obrigatório em Quito. Na passada segunda-feira, o Presidente anunciou que iria mudar a sede do Governo para a segunda maior cidade do país, Guayaquil, mas acabou por regressar à capital dias depois.
O Presidente, que ainda tentou resolver o conflito com tentativas falhadas de aproximação ao povo, entre as quais um aumento nos salários, acabou esta segunda-feira por se ver forçado a revogar o decreto mas considerou o final dos protestos como uma “vitória política”.