Em direto
Incêndios em Portugal. A situação ao minuto

Equador expulsa embaixadora mexicana após comentários de López Obrador

por Lusa
Os comentários de López Obrador estiveram na origem do incidente diplomático Isaac Esquivel - EPA

O governo do Equador anunciou a expulsão da embaixadora do México no país, em retaliação por declarações do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador sobre o assassínio do candidato à presidência equatoriana Fernando Villavicencio.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador declarou na quinta-feira a representante mexicana em Quito, Raquel Serur Smeke, persona `non grata`, medida diplomática que implica a saída da embaixadora do país.

Num comunicado, a diplomacia do Equador invocou o princípio da "não intervenção" nos assuntos internos de outro país e as "recentes e muito infelizes declarações do presidente do México" para justificar a decisão.

O ministério sublinhou que a saída de Serur Smeke "não significa romper relações diplomáticas" e não revelou detalhes sobre quando a diplomata mexicana iria deixar o Equador.

A diplomacia acrescentou que a nação sul-americana "ainda está de luto" pelo então candidato presidencial Villavicencio, cujo assassínio em agosto "causou choque na sociedade equatoriana e ameaçou a democracia, a paz e a segurança".

"O país continua a enfrentar o crime organizado transnacional que ameaça o Estado, as suas instituições democráticas e a sua população", acrescentou o ministério.

Numa conferência de imprensa no México, López Obrador comentou as consequências do assassinato de Villavicencio nas presidenciais do Equador, que deram a vitória a Daniel Noboa, um político inexperiente e herdeiro de uma fortuna construída com o comércio de bananas.

O presidente mexicano disse que a morte de Villavicencio prejudicou sobretudo Luisa González, a candidata do movimento de esquerda Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente progressista Rafael Correa (2007-2017).

O assassínio de Villavicencio, um jornalista conhecido por denunciar casos de corrupção, faz parte da onda de violência que atinge o Equador há cerca de três anos e tornou o país em um dos mais violentos da América Latina, com 45 homicídios por 100 mil habitantes em 2023.

 

Tópicos
PUB