O diretor de relações internacionais do Partido Comunista da China (PCC) viaja na sexta-feira para a Coreia do Norte, informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua, ilustrando a crescente reaproximação entre Pequim e Pyongyang.
Song Tao vai liderar uma delegação que inclui um elenco artístico, que vai participar no Festival de Arte da Primavera de Abril, evento que coincide com o aniversário do fundador do regime norte-coreano, Kim Il-sung.
O enviado chinês vai ainda reunir-se com altos quadros do Partido dos Trabalhadores, formação política única na Coreia do Norte.
A agência de notícias da Coreia do Norte, a KCNA, escreveu que a atuação de artistas chineses no festival ajudará a impulsionar as relações entre os dois países vizinhos para "uma nova etapa".
Em março passado, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou Pequim, na primeira deslocação ao exterior, desde que ascendeu ao poder, em Dezembro de 2011.
A China é o principal aliado e parceiro comercial da Coreia do Norte, mas votou a favor das sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, e adotou ainda sanções unilaterais, num sinal de desagrado relativamente aos sucessivos testes nucleares e com misseis balísticos empreendidos por Pyongyang.
De acordo com analistas, a reaproximação entre a China e a Coreia do Norte sugere, no entanto, que os dois países estão a tentar alinhar posições, nas vésperas dos encontros entre Kim e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e o líder norte-americano, Donald Trump.
Trata-se da segunda visita de Song Tao, que tem estatuto ministerial, à Coreia do Norte, no espaço de cinco meses.
Nos anos 1950, China e Coreia do Norte lutaram juntos contra os EUA. O PCC e o Partido dos Trabalhadores têm ligações de longa data.