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Encontro a dois em Pyongyang. Putin e Kim assinam acordo de "parceria estratégica"

por Joana Raposo Santos - RTP
Esta é a primeira visita do presidente russo ao norte da península coreana em 24 anos. Foto: Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via Reuters

Num encontro que está a causar preocupações a nível internacional, os líderes russo e norte-coreano têm trocado palavras de mútuo apreço e assinaram esta quarta-feira um acordo de "parceria estratégica". Em Pyongyang, Vladimir Putin disse a Kim Jong-un que "aprecia o apoio da Coreia do Norte" às políticas de Moscovo. O seu homólogo confessou-lhe, por sua vez, o desejo de fortalecer "ainda mais" a comunicação.

Ao ser recebido na praça principal da capital, decorada para a ocasião com um painel com enormes retratos dos dois dirigentes, uma multidão de habitantes com flores e balões saudaram os dois homens ao som de uma orquestra militar.

"Estou muito feliz por voltar a encontrá-lo", disse Putin a Kim, que já recebeu duas vezes na Rússia, em abril de 2019 e em setembro de 2023. "Espero que a próxima reunião tenha lugar na Rússia, em Moscovo", acrescentou.
O homem que ordenou a guerra contra a Ucrânia recordou que "a Rússia e a Coreia do Norte estão ligadas há várias décadas por uma amizade sólida e uma vizinhança próxima".
"Apreciamos muito o seu apoio sistemático e permanente à política russa, incluindo no que se refere à questão ucraniana", declarou Putin nesta cimeira bilateral, após a cerimónia solene na praça Kim Il Sung.


Segundo agências russas de notícias, o líder do Kremlin elogiou a cooperação entre os dois países, "que se baseia nos princípios da igualdade e do respeito mútuo dos interesses", e anunciou que "um novo documento fundamental" que enquadra as relações bilaterais "a longo prazo" já estava pronto. Entretanto, a agência Interfax avançou que já foi assinado.
Este documento inclui um acordo de "parceria estratégica abrangente" que será condicionado pela "evolução profunda da situação geopolítica mundial", esclareceu o Parlamento russo.
Kim solidário com “operação militar especial” na Ucrânia
Esta quarta-feira, os dois líderes estiverem reunidos a sós durante cerca de duas horas. Antes, Putin tinha frisado a Kim que Moscovo está a lutar contra a política "hegemónica e imperialista" dos Estados Unidos e dos seus aliados.

Kim Jong-un transmitiu, por sua vez, que as relações entre Rússia e Coreia do Norte estão a entrar num período de "nova e elevada prosperidade".

"Agora, a situação no mundo está a tornar-se mais complicada e a mudar rapidamente. Nestas circunstâncias, pretendemos fortalecer ainda mais a nossa comunicação estratégica com a Rússia, com a liderança russa", comunicou o presidente.

A Coreia do Norte "expressa o seu apoio e solidariedade totais ao Governo russo, Exército e pessoas que estão a levar a cabo a operação militar especial na Ucrânia para protegerem a sua soberania, interesses de segurança e integridade territorial", disse ainda Kim.

Esta é a primeira visita do presidente russo ao norte da península coreana em 24 anos e acontece numa altura em que ambos os países enfrentam isolamento internacional.

Agora, Washington e aliados temem que a Rússia possa ajudar a Coreia do Norte a melhorar o seu programa nuclear e sistemas de mísseis. Receiam também que Pyongyang forneça a Moscovo grandes quantidades de mísseis e munições.

c/ agências
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