Um reator nuclear japonês que voltou a funcionar na semana passada, pela primeira vez em mais de 13 anos, após o desastre de 2011 na central de Fukushima, foi hoje encerrado, anunciou o operador.
O reator n.º 2 da central nuclear de Onagawa, na costa norte do Japão, foi reativado em 29 de outubro e esperava-se que começasse a produzir energia no início de novembro.
No entanto, teve novamente de ser encerrado devido a uma falha ocorrida, no domingo, num dispositivo relacionado com os dados de neutrões no interior do reator, indicou o operador da central, a Tohoku Electric Power Co.
A empresa disse que se decidiu pelo encerramento para reexaminar o equipamento e responder às preocupações de segurança dos residentes. Não foi indicada nova data para o reinício da atividade.
O reator é um dos três existentes na central de Onagawa, que fica 100 quilómetros a norte da central de Fukushima Daiichi, onde três reatores derreteram na sequência de um sismo de magnitude 9 e de um tsunami em março de 2011, libertando grandes quantidades de radiação.
A central de Onagawa foi atingida por um tsunami de 13 metros desencadeado pelo sismo, mas conseguiu manter os sistemas de arrefecimento cruciais a funcionar nos três reatores e proceder ao encerramento destes em segurança.
Após a catástrofe de Fukushima, todas as 54 centrais nucleares comerciais do Japão foram encerradas para serem submetidas a verificações e melhorias na segurança. O reator n.º 2 foi o 13.º dos 33 ainda em utilização a arrancar.
No ano passado, o Governo japonês adotou um plano para maximizar a utilização da energia nuclear e está a tentar acelerar o arranque dos reatores para garantir um fornecimento estável de energia e cumprir o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050.
A preocupação com o impulso dado pelo Governo à energia nuclear aumentou depois de um sismo de magnitude 7,5 ter atingido a península de Noto (centro) a 01 de janeiro deste ano. Mais de 400 pessoas morreram e cerca de 100 mil estruturas ficaram danificadas.
O sismo causou danos menores em duas instalações nucleares próximas e os planos de evacuação da região foram considerados inadequados.