Embaixada em Teerão diz a portugueses para deixarem o Irão imediatamente

por RTP
AFP

A embaixada de Portugal em Teerão está a pedir aos cidadãos nacionais para saírem do país de imediato. O Governo português veio já desaconselhar "em absoluto" todas as viagens ao Irão.

De acordo com os serviços da embaixada, serão cerca de 18 os portugueses residentes na capital do Irão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) desaconselhou "em absoluto" todas as viagens para o Irão, devido ao contexto interno do país e à crescente tensão regional e perigo de segurança.

"Considerando o contexto interno em que o país se encontra e a crescente tensão regional e perigo securitário, desaconselham-se em absoluto todas e quaisquer viagens ao Irão", lê-se no Portal das Comunidades Portuguesas.

O ministério recomenda ainda aos portugueses que se encontram no Irão que, "em podendo, se ausentem do país até que situação regresse a um clima de menor risco".

"Os cidadãos portugueses que se encontrem no país deverão abster-se imperiosamente de participar em qualquer tipo de manifestação ou ajuntamento e afastar-se de ruas e zonas em que decorram", alerta o Governo, desaconselhando também "em absoluto aos cidadãos portugueses que se encontrem no país qualquer viagem à província do Sistão-Baluquistão, assim como deslocações junto às fronteiras do Afeganistão e do Iraque".

Também devem ser evitadas as regiões que fazem fronteira com a Arménia e o Azerbaijão, em particular junto ao território do Nagorno-Karabakh.

O MNE lembra que nestas situações existe sempre possibilidade de encerramento do espaço aéreo do Irão ou cancelamentos de voos por parte de muitas companhias e que as comunicações para fora do país se encontram restringidas e as redes sociais bloqueadas.

É também desaconselhado o registo fotográfico ou de outro tipo, em particular em qualquer zona evidentemente não-turística.

"Os cidadãos nacionais que se encontrem em território iraniano devem comunicar a sua presença para o correio eletrónico da Secção Consular Embaixada de Portugal em Teerão sconsular.teerao@mne.pt, dando nota do respetivo itinerário e dos seus contactos de emergência", refere a mesma nota.

Ocidentais ensaiam autêntica debandada

No que são movimentações que espelham a instabilidade vivida na região, também a Arábia Saudita pediu hoje aos seus cidadãos para abandonarem o Líbano de imediato, devido aos receios de uma escalada militar no Médio Oriente entre Israel e o Irão e os seus aliados.

A embaixada saudita em Beirute disse em comunicado que apela aos cidadãos sauditas para "deixarem o Líbano imediatamente, em conformidade com a proibição de viajar para este país".

Também Itália pede que os seus cidadãos saiam do Líbano. O ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, apelou hoje aos seus compatriotas no Líbano para abandonarem o país "o mais rápido possível", perante o aumento das tensões com Israel.

"Tendo em conta o agravamento da situação, convidamos os italianos que se encontrem temporariamente no Líbano a não viajar para o sul do país e a regressarem a Itália em voos comerciais o mais rápido possível", escreveu Tajani na plataforma social X (antigo Twitter).

O apelo foi também dirigido a turistas italianos, a quem é pedido para não viajarem para o Líbano.

Itália junta-se, assim a uma lista de vários países europeus, como Espanha, França, EUA, Reino Unido ou Suécia que pedem que os seus cidadãos abandonem o Líbano.

No Portal das Comunidades Portuguesas, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros reiterou recentemente o aviso "para que todas as viagens com destino ao Líbano sejam evitadas".

"Devem ser especialmente evitadas quaisquer deslocações a sul do rio Litani", sublinham as autoridades portuguesas, que recomendam "a todos os cidadãos nacionais que considerem deixar o país pelos seus próprios meios".

Os receios de uma conflagração regional aumentaram este fim de semana no Médio Oriente, onde os Estados Unidos reforçaram as suas forças militares, na sequência do assassínio atribuído a Israel de Ismail Haniyeh, o líder do Hamas, e da morte, num ataque israelita, de Fouad Shukr, alto responsável do Hezbollah, que Teerão e o movimento libanês prometeram vingar.

Tem assim crescido o número de países - incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Itália - que temem uma escalada militar entre o Irão e os seus aliados, por um lado, e Israel, por outro.

 

c/ Lusa

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