O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, acusou hoje o maior partido da oposição, MpD, de estar a "comprar votos" com dinheiro do "tráfico de droga e da criminalidade organizada".
José Maria Neves fez esta grave acusação depois de votar, na Cidade da Praia, cerca das 11:00 (mais uma em Lisboa).
As eleições legislativas em Cabo Verde, as quartas desde a abertura democrática, em 1990, tiveram início às 08:00 locais sem registo de incidentes, pontuadas apenas por alguns atrasos na abertura de algumas mesas de voto.
Depois de ter dito que a campanha eleitoral decorreu com civismo e maturidade, José Maria Neves, lançou a suspeita, alegando "indícios graves", de que o Movimento para a Democracia (MpD), esteve a "comprar votos na véspera das eleições", afirmando que existem "movimentações bancárias" de origem criminosa para financiar esta actividade ilegal do maior partido da oposição.
"Perante os indícios existentes, os jornalistas deviam investigar as movimentações que estão em curso, com grande concentração de meios financeiros - pelo maior partido da oposição - ligados ao tráfico de droga e à criminalidade", disse Neves.
O candidato à renovação do mandato como primeiro-ministro pelo PAICV adiantou ainda que, "independentemente dos resultados eleitorais de hoje", vai querer "discutir de forma séria muitos aspectos ligados ao processo eleitoral".
"Devem ser tomadas as medidas que se impõem, porque há provas concretas, designadamente as movimentações bancárias, em determinados bancos e alguns círculos eleitorais, nomeadamente no interior da ilha de Santiago, para a compra de votos".
Apesar das graves acusações lançadas por José Maria Neves, o líder do PAICV afirmou que os resultados eleitorais "deverão ser acatados por todos os partidos, porque a decisão vai ser tomada pelos eleitores cabo-verdianos".