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Elisabeth Fritzl diz que a mãe nada teve a ver com o sequestro

por © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Berlim, 03 Mai (Lusa) - Elisabeth Fritzl, sequestrada e violada durante 24 anos pelo pai em Amstetten, Áustria, desculpabilizou a sua mãe Rosemarie, afirmando que apenas o pai lhe levou comida durante todo o período de reclusão, escreve a revista alemã Der Spiegel.

Elisabeth Fritzl "desculpabilizou claramente sua mãe durante o depoimento que prestou à polícia ", afirma a Spiegel na sua edição da próxima segunda-feira, em que consagra um longo dossier a este assunto citando um relatório policial.

A vítima assegurou aos investigadores que a sua progenitora, Rosemarie Fritzl, "nunca soube do sequestro e nada teve que ver com ele". Apenas o seu pai, como disse à polícia, lhe levava alimentos e vestuário.

Durante os primeiros nove anos de sequestro, ou seja de 1984 até 1993, o calabouço da jovem esteve reduzido a uma única sala, o que implica que as "repetidas violações" de Elisabeth por Josef Fritzl ocorreram em presença das três primeiras crianças nascidas em 1988, 1990 e 1992 desta relação incestuosa, escreve a Der Spiegel, citando o testemunho prestado pela vítima.

O longo sequestro começou em 28 de Agosto de 1984, dia em que Josef Fritzl pediu à sua filha para ir com ele à cave para o ajudar a transportar uma pesada carga, segundo a revista.

"Foi o último dia em que Elisabeth viu a luz do dia, em 24 anos de cativeiro", refere o semanário.

Durante os dois primeiros dias, a rapariga, então com 19 anos de idade, foi presa a um móvel com algemas. Depois, durante vários meses, Josef Fritzel manietou-a com uma espécie de trela para que pudesse chegar até à casa de banho para as suas necessidades.

As análises de ADN confirmam que Josef Fritzl é o pai das seis crianças nascidas de violações repetidas ao longo de 24 anos, segundo revelou a polícia de Amstetten. Porém, a investigação não permitiu concluir que a mãe tenha sido cúmplice do crime.

"As análises de ADN forneceram uma prova decisiva de que as seis crianças paridas por têm como progenitor o próprio pai, Josef Fritzl", disse em conferência de imprensa Franz Polzer, chefe da polícia criminal da região da Baixa-Áustria, mas afirmando não haver provas do envolvimento de Rosemarie Fritzl.

Elisabeth viveu durante mais de 20 anos na cave da casa habitada pelos pais, um espaço de 60 metro quadrados de superfície e 1,70 metros de altura, o que levou vários especialistas citados pela imprensa austríaca a questionar o papel da mãe, Rosmarie, actualmente com 69 anos, em todo este caso.

JMS.

Lusa/Fim


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