Elisa Ferreira vai ser a nova Comissária Europeia portuguesa

por RTP
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A atual vice-governadora do Banco de Portugal foi escolhida por António Costa para suceder a Carlos Moedas, mas ainda não é conhecida a pasta que vai exercer na Comissão de Ursula von der Leyen.

Será a primeira mulher portuguesa a ocupar o cargo de Comissária Europeia. Elisa Ferreira é a escolha do primeiro-ministro para suceder a Carlos Moedas em Bruxelas.

"O primeiro-ministro comunicou à presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o nome de Elisa Ferreira para integrar o colégio de Comissários da próxima Comissão Europeia", afirmou fonte oficial do gabinete de António Costa.  

Ainda não é conhecida a pasta que Elisa Ferreira vai exercer, mas o gabinete do primeiro-ministro avança que será a nova presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, a anunciar a pasta que lhe será atribuída. Essa comunicação deverá ser feita nas próximas semanas.  

"Oportunamente, a presidente eleita da Comissão Europeia comunicará a pasta atribuída à futura comissária portuguesa", refere a nota.

O nome de Elisa Ferreira foi indicado em conjunto com o de Pedro Marques, que liderou a lista do PS nas eleições europeias, em maio último. Mas a vontade da nova presidente da Comissão Europeia em ter um colégio de comissários paritário acabou por influenciar a escolha final do Governo.

Antes disso tinha sido ministra em dois governos de António Guterres, com a pasta do Ambiente, entre 1995 e 1999, e mais tarde com a pasta do Planeamento, entre 1999 e 2002. Em 2009, concorreu contra Rui Rio à Câmara do Porto. A socialista foi também deputada na Assembleia da República, entre 2002 e 2004, e deputada no Parlamento Europeu, entre 2004 e 2016. 

Como eurodeputada integrou a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários e foi também coordenadora e porta-voz do Grupo Parlamentar dos Socialistas e Democratas. Foi relatora de várias propostas legislativas relacionadas com o sistema financeiro e com matérias de política económica, orçamental e fiscal.
"Nível de qualificações único e excecional", aponta Centeno
Elisa Ferreira tem 63 anos e é licenciada em Economia pela Universidade do Porto em 1977. No currículo conta ainda com um mestrado e um doutoramento pela Universidade de Reading, em Inglaterra, (1981 e 1985). Foi nomeada administradora do Banco de Portugal em junho de 2016 e vice-governadora no ano seguinte. 

De acordo com uma biografia disponível na página da Internet do Banco de Portugal, foi também vice-presidente executiva da Associação Industrial Portuense (1992-1994) e vice-presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte (1989-1992), entidade que integrou em 1979.
 
Entre 1989 e 1992, desempenhou funções de vogal do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística. Elisa Ferreira foi também docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Em 2005 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

Marcelo Rebelo de Sousa já felicitou a escola de Elisa Ferreira para membro da Comissão Europeia numa nota publicada no site da Presidência da República.

Também o ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, elogiou esta escolha do Governo: "É uma excelente notícia no contexto desta nova Comissão Europeia. (...) Quer do ponto de vista político como do ponto de vista técnico, é uma pessoa com um nível de qualificações absolutamente único e excecional", referiu.

"Qualquer que seja a pasta que venha a ter, vai ser mais um exemplo (...) da excelência da representação portuguesa nesta dimensão. As qualificações da professora Elisa Ferreira na área financeira e económica são óbvias e espero que sejam aproveitadas nessa dimensão", acrescentou o ministro.

Na próxima quinta-feira, o primeiro-ministro recebe em São Bento o atual comissário, Carlos Moedas, a partir das 9h30, e Elisa Ferreira, às 10h00. 

Carlos Moedas, ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, foi indicado como Comissário português pelo anterior Governo de PSD e CDS-PP. Na Comissão de Jean-Claude Juncker, teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, tendo sido oficialmente nomeado em novembro de 2014.
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