Eleições Venezuela. Maduro diz que líder da oposição María Corina Machado abandonou país

por Lusa

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alegou que a líder da oposição, María Corina Machado, "fugiu do país" em direção à Colômbia e ao Panamá "procurando reuniões" e "pedindo sanções".

"E a outra, a María `Violencia` Machado, o que é que ela fez? Também fugiu, foi-se embora, agora está entre a Colômbia e o Panamá", declarou o chefe de Estado na sexta-feira, numa cerimónia oficial da Guarda Nacional venezuelana.

Machado "caminha agora entre a Colômbia e o Panamá, andando e procurando reuniões, dizendo mil palavrões e ataques contra a Venezuela e pedindo sanções", disse Maduro.

O Presidente criticou tanto Machado como Edmundo González Urrutia, o candidato presidencial da oposição, exilado em Espanha desde 08 de setembro. "São apátridas", disse Maduro.

"O que é que ele fez? Mostrou a cara, saiu para a rua, fugiu, escondeu-se", afirmou o líder da Venezuela, referindo-se a Urrutia.

María Corina Machado foi escolhida, em primárias, como candidata presidencial da oposição venezuelana pela Plataforma Unitária em 2023, mas acabou por ser desqualificada pelo Conselho Nacional Eleitoral e vive agora na clandestinidade no seu país.

Machado e Edmundo González Urrutia venceram na semana passada o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024, o mais importante prémio de direitos humanos da União Europeia (UE).

O Prémio Sakharov, no valor de 50 mil euros, tem o nome do dissidente soviético e físico nuclear Andrei Sakharov, galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1975.

A cerimónia de entrega do prémio realizar-se-á no dia 18 de dezembro, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

A 30 de setembro, a María Corina Machado foi também distinguida pelo Conselho da Europa com o Prémio Vaclav Havel para os Direitos Humanos.

A primeira latino-americana a receber este galardão, Machado reagiu afirmando, por videoconferência, que "a ditadura" no seu país caminha para a sua "inevitável queda".

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória a Nicólas Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

O regime de Caracas diz estar em curso um golpe de Estado, mantendo nas ruas milhares de polícias e militares para controlar os manifestantes, e pediu à população que, de maneira anónima e através da aplicação VenAPP, denuncie quem promove os protestos.

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