Eleições regionais na Alemanha. Resultados deixam coligação de Governo sob pressão

por RTP
Foto: Michael Probst - Reuters

A Alternativa para a Alemanha (AfD), venceu as eleições regionais de domingo no estado da Turíngia e alcançou o segundo lugar na Saxónia. É a primeira vitória em eleições regionais de um partido alemão de extrema-direita desde a II Guerra Mundial. O chanceler alemão, Olaf Scholz, reconheceu que estes resultados são "preocupantes".

Olaf Scholz, que lidera a coligação de Governo, afirmou estar preocupado com os resultados da AfD na Saxónia e Turíngia, num resultado que diz ser "amargo" para o país e para a coligação que lidera.

“O nosso país não pode nem deve habituar-se a isto. A AfD prejudica a Alemanha. Está a enfraquecer a economia, a dividir a sociedade e a arruinar a reputação do nosso país”, afirmou o chanceler alemão.

"Os resultados da AfD na Saxónia e Turíngia são preocupantes", resumiu, apelando ainda aos "partidos democráticos" para que estabeleçam coligações de Governo "sem a extrema-direita".

A AfD alcançou 32,8% dos votos na Turíngia, tendo ficado bastante à frente da União Democrata-Cristã (CDU), principal partido da oposição a nível nacional, que se ficou pelos 23,6%.A AfD venceu as eleições regionais na região da Turíngia e alcançou um segundo lugar na Saxónia. Com este resultado nas duas regiões, o partido nacionalista e anti-imigração poderá acabar por ter peso suficiente para ser uma força de bloqueio, quando falta cerca de um ano para as eleições nacionais no país.

De destacar que os três partidos no poder perderam votos de forma significativa e apenas os sociais-democratas do SPD conseguiram assegurar confortavelmente a permanência nos parlamentos regionais.

Para além da ascensão da AfD, a eleição ficou também marcada pela notoriedade também da extrema-esquerda: a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), fundada por um antigo elemento do Partido Comunista da República Democrática Alemã (RDA).

Nestas que foram as suas primeiras eleições regionais, esta nova força política alcançou o terceiro lugar, à frente dos três parceiros de coligação no Governo federal, todos com um fraco desempenho eleitoral.

Desde as eleições alemãs de 2021 que o executivo de Olaf Scholz é constituído pelos social-democratas do SPD, coligados com Os Verdes e o partido Liberal Democrático (FDP), uma solução governativa também conhecida como “coligação semáforo”.
PUB