Faz uma semana desde que Alexandria Ocasio-Cortez ganhou as primárias pela cidade de Nova Iorque. Deste modo, a democrata-socialista de 28 anos junta-se à lista de mulheres que têm surpreendido o mundo, pelo seu sucesso com que singraram na política americana.
Tal como noticiou o Washington Post, Ocasio-Cortez foi encorajada por colegas ativistas a concorrer às primárias contra Joseph Crowley, do Partido Democrata.
Estas eleições primárias, realizadas a nível distrital nos Estados Unidos, pretendiam apurar um candidato para concorrer às eleições intercalares, em novembro. O objetivo último dos candidatos é conseguir um lugar no Congresso.
A candidatura de Ocasio-Cortez poderia ser vista como algo natural, se não tivermos em conta que Crowley tem uma carreira de 20 anos como congressista. Aliás, o El País escreve que o congressista é “considerado o quarto democrata mais influente da Câmara dos Representantes”.
A acrescentar a isto, a campanha da candidata socialista foi feita com recurso a 300 mil dólares: dez vezes menos que o seu rival.
A ascensão da candidata improvável
Toda a gente dava a vitória a Crowley. No fim, foi Alexandria Ocasio-Cortez quem venceu as primárias, com 57,5 por cento dos votos. A maior parte dos votos vieram do Bronx e de Queens, zonas onde, anteriormente, Crowley mantinha uma grande influência.
“Foi insensato pensar que, só porque Crowley era o democrata mais poderoso de Queens, era também o eleitor mais invulnerável. Havia uma tendência para achar que ninguém o podia desafiar quando, na verdade, nunca ninguém o tinha feito”, escreve Michael Kinnucan num artigo para o The Jacobin.
Alexandria Ocasio-Cortez centrou a sua campanha em três políticas-chave: cuidados de saúde, garantia de trabalho para todos e a abolição da agência de Emigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE).
Outras mulheres em primeiro plano
Mais mulheres se juntam à lista de candidatas às primárias americanas, tal como noticia o El País. Stacey Abrams, democrata de 44 anos, ganhou as primárias no Estado da Geórgia. Caso ganhe o assento no Congresso, será a primeira mulher negra a ocupar o cargo.
Continuando na linha de estreias, Verónica Escobar e Silvia García podem tornar-se as primeiras latinas a representarem o Texas no Congresso. Estas concorrem pelo 16.º e 6.º distrito deste Estado, respetivamente.
Ainda no Estado do Texas, pelo 23.º distrito, concorre Gina Ortiz-Jones, uma veterana do Iraque de 37 anos, com origem filipina.
Debbie Murcasel-Powell, natural do Equador, concorre ao Congresso pelo Estado da Florida.
Apesar de não concorrer às primárias, destaque-se ainda London Bree, que no início de junho tomou pose da presidência da câmara de São Francisco. Foi a primeira mulher negra a ocupar essa função naquele Estado.
As eleições intercalares terão lugar em novembro deste ano. O objetivo dos candidatos é conseguir um assento no Congresso, do qual fazem parte 435 membros e onde se encontram representados 51 Estados.
As eleições intercalares terão lugar em novembro deste ano. O objetivo dos candidatos é conseguir um assento no Congresso, do qual fazem parte 435 membros e onde se encontram representados 51 Estados.