Eleições Moçambique. ONG acusa partidos de estarem a usar crianças na campanha eleitoral

por Lusa

A Organização Não-Governamental (ONG) Centro de Integridade Pública em Moçambique (CIP) acusou hoje os principais partidos políticos de recorrerem a crianças para campanhas eleitorais na província do Niassa, no norte de Moçambique.

"Em Niassa, mais concretamente no distrito de Mecanhelas, está-se a registar a presença de um número considerável de crianças nas campanhas eleitorais dos principais partidos políticos, nomeadamente Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Resistência Nacional Moçambicano (Renamo), Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos)", lê-se no boletim do CIP sobre o processo político em Moçambique.

A organização admite que a presença de algumas crianças nestas atividades é voluntária.

"Algumas crianças podem estar a seguir voluntariamente as campanhas, mas nas caravanas de alguns partidos, como é o caso do partido Frelimo, são vistas crianças exibindo panfletos propagandísticos", conclui-se no documento.

No sábado, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique criticou a presença de crianças e adolescentes nas ações de campanha eleitoral, apelando ao Ministério Público para exercer "ação penal contra ilícitos eleitorais com cariz criminal".

 "Preocupa-nos também a ocorrência de alguns ilícitos que ultrapassam o fórum eleitoral, revelando-se de cariz criminal e, por isso, convidamos o Ministério Público a exercer a sua ação penal", disse o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, que falava durante uma conferência de imprensa de balanço de duas semanas de campanha para as eleições gerais de 09 de outubro.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados oficiais.

Concorrem à Ponta Vermelha (residência oficial do chefe de Estado em Moçambique) Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, no poder, Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo MDM, terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pelos extraparlamentares Podemos e Revolução Democrática (RD).

As eleições presidenciais vão decorrer em simultâneo com as legislativas, governadores provinciais e assembleias provinciais.

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