Eleições Moçambique. Delegação de deputados à Assembleia Parlamentar da CPLP manifesta preocupação

por Lusa

A Delegação da Assembleia da República à Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP) manifestou, hoje, em comunicado, preocupação pela situação que se vive "no país irmão, em Moçambique".

"Apelamos a todas e todos os moçambicanos, às ´novas Josinas e Josinos`, às forças políticas, às instituições representativas, que se unam para contribuir para um ambiente de paz e de unidade nacional", refere-se no comunicado, assinado pelos 12 deputados portugueses do PSD, PS e Chega.

Na nota, a Delegação da Assembleia da República à AP-CPLP apela, ainda, a "toda a sociedade moçambicana, independentemente do setor, à concentração na construção do diálogo, que será o caminho para a prosperidade e o desenvolvimento do grande país que é Moçambique".

Moçambique está hoje no terceiro dia da quarta fase de paralisações de contestação dos resultados eleitorais convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que nega a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, que não tem prazos para esse efeito e ainda está a analisar o contencioso.

Segundo um relatório final a que a agência Lusa teve hoje acesso, a Missão de Observação Eleitoral da CPLP a Moçambique testemunhou contagem errada de votos e indícios de eleitores que votaram várias vezes, "condicionando negativamente a transparência e credibilidade do processo".

Após protestos nas ruas que paralisaram o país nos dias 21, 24 e 25 de outubro, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo na quinta-feira, 07 de novembro, que provocou o caos na capital, com diversas barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia, para dispersar.

Os protestos pós-aleitorais causaram dezenas de mortos no país.

Venâncio Mondlane anunciou que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.

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