O antigo Presidente de Moçambique Joaquim Chissano pediu hoje aos moçambicanos "serenidade" durante o processo de votação nas eleições gerais e destacou a "maturidade" da população na participação do exercício democrático no país.
"Vamos continuar a votar na serenidade, na amizade e alegria, porque vamos apenas preferir, não vamos estar contra ninguém, então estamos a votar no candidato que preferimos, para depois, nós todos, trabalharmos juntos", disse Joaquim Chissano, em declarações aos jornalistas momentos após votar em Maputo, cerca das 10:00 locais (09:00 de Lisboa).
Joaquim Chissano, antigo Presidente de Moçambique (1986 - 2005), disse que recebeu "boas impressões e encorajadoras" do processo de votação que decorre em todo o país, referindo estar "satisfeito de ver o sentido patriótico dos moçambicanos".
As eleições gerais de hoje incluem as sétimas presidenciais - às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
"Estou satisfeito, porque quando instituímos o multipartidarismo e as eleições multipartidárias não tínhamos muita formação, a população não tinha muita formação e fez um aprendizado ao longo do tempo. Estou a sentir uma grande maturidade e só faço votos para que esta maturidade continue a crescer, que sejamos mais responsáveis perante nós próprios", apelou Chissano.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) recenseou 17.163.686 eleitores para esta votação, incluindo 333.839 que vão votar em sete países africanos e dois europeus.
As eleições gerais de hoje incluem as sétimas presidenciais - às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Concorrem à Presidência da República Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar), Daniel Chapo, com o apoio da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder desde 1975), Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos, e Ossufo Momade, com o apoio da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição).
A publicação dos resultados da eleição presidencial pela CNE, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.
A votação inclui legislativas (250 deputados) e para assembleias provinciais e respetivos governadores de província, neste caso com 794 mandatos a distribuir. A CNE aprovou listas de 35 partidos políticos candidatas à Assembleia da República e 14 partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores às assembleias provinciais.
Segundo dados do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) foram credenciados, para acompanhar estas eleições, 11.516 observadores nacionais e 412 observadores internacionais, incluindo Missões de Observação Eleitoral da UE, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), entre outras organizações.
As eleições contam com mais de 184.500 membros de mesas de voto, distribuídos pelos 154 distritos do país (180.075) e fora do país (4.436).