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Eleições EUA. Biden promete transição de poder "pacífica e ordeira"

por Inês Moreira Santos - RTP
Foto: Kevin Lamarque - Reuters

No primeiro discurso após as eleições norte-americanas, Joe Biden falou ao país garantindo que, numa democracia "a vontade do povo é sempre soberana" e, por isso, haverá "uma transição pacífica e ordeira" de poder a 20 de janeiro de 2025. O ainda presidente agradeceu a toda a toda a equipa e apoiantes pelo trabalho dos últimos quatro anos e elogiou o "caráter" e a "grande personalidade" da vice-presidente, Kamala Harris.

Numa conferência na Casa Branca, Joe Biden dirigiu-se aos norte-americanos e recordou que nos mais de 200 anos de História dos Estados Unidos, o país “tem levado a cabo a maior experiência de Governo, de povo, de sempre”.

“O povo vota e escolhe os seus líderes e fá-lo pacificamente. E numa democracia, a vontade do povo é sempre soberana”
, declarou o chefe de Estado, acrescentando: “Ontem falei com o presidente eleito Trump para o saudar pela vitória e garantir que darei ordens à minha Administração para garantir uma transição pacífica e ordeira”.

“É isso que os americanos merecem”.

Depois de conhecidos os resultados e declarada a vitória do candidato republicano, Donald Trump, Biden falou com Kamala Harris e reconheceu, publicamente, que a número dois da sua Administração “tem sido uma parceira”.

“Teve uma campanha inspiradora e todos puderam ver uma coisa que eu já respeitava: o seu caráter. Tem uma espinha dorsal reta e uma grande personalidade”, elogiou. “Deu tudo, fez um grande esforço. Ela e a equipa devem ter muito orgulho na sua campanha”.

Considerando a derrota democrata nas urnas, esta terça-feira, o presidente recordou que “a luta pela alma da América tem sido uma constante, desde a sua fundação, tem sido uma constante e hoje continua a sê-lo”. Sem esquecer que “para algumas pessoas é um momento de vitória” e que “para outras é um momento de perda”, Biden referiu-se às campanhas eleitorais como “um concurso de visões e o país escolhe uma ou outra”.

“Aceitamos a escolha feita pelo país”, declarou então.

“Não se pode amar o país só quando se vence. Não se pode amar o outro só quando se está de acordo”.

“Não somos adversários. Somos todos americanos. É preciso acalmar os ânimos”, sublinhou ainda Biden, que no início da campanha era o candidato pelo Partido Democrata contra o republicano Trump.

A partir de janeiro, Trump voltará a ser presidente dos EUA, mas Biden deixou um recado: “Espero que possamos fazer perguntas sobre a integridade do sistema eleitoral americano. É honesto, é justo, é transparente e é de confiança, quer ganhemos ou percamos”.

Biden aproveitou também para agradecer a todos os que trabalharam nas comissões eleitorais, lembrando que muitos são voluntários e que “cumpriram o seu dever enquanto cidadãos”.

“Tal como eles, eu cumprirei o meu dever, cumprirei o meu juramento. Vou cumprir a Constituição. A 20 de janeiro vamos ter uma transferência de poder pacífica aqui na América”, voltou a garantir.

E agradeceu à equipa e a todos os que o acompanham nos últimos quatro anos, “apoiantes, membros de gabinete”.

“Obrigado, deram tanto. Sei que foi difícil e estão a sofrer. Mas não se esqueçam de tudo aquilo que conseguimos. Tem sido uma presidência histórica, não por ser eu o presidente, mas por aquilo que fizemos, por aquilo que vocês fizeram: uma Presidência para os americanos”.

“Muito do trabalho que fizemos, está a ser sentido pelos americanos, mas a maioria vai ser sentido nos próximos dez anos”, apontou, referindo-se a legislação aprovada pela atual Administração. “Deixamos a economia como a mais forte do mundo. Há pessoas a sofrer mas as coisas estão a mudar. Juntos mudámos a América para melhor”.

“Temos agora 74 dias para concluir este mandato, o nosso mandato. Vamos fazer com que cada dia conte. É a responsabilidade que temos para com o povo americano”,
continuou e frisou que “desistir é imperdoável”, uma vez que “todos caímos de vez em quando, mas mostramos o caráter através da rapidez com que nos levantamos”.

“Lembrem-se: uma derrota não significa que sejamos derrotados. Perdemos uma batalha. A América dos vossos sonhos apela-vos a que se levantem. É esta a História da América há mais de 240 anos”.

Em tom de conclusão, Biden quis assegurar que os norte-americanos que “a experiência americana continua”.

“É um orgulho ter trabalhado com todos vós”, concluiu.
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