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Eleições em França. Líder da extrema-direita promete ser o primeiro-ministro de "todos os franceses"

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Jordan Bardella, líder do Rassemblement National, na conferência de imprensa de apresentação do programa do seu partido para as eleições legislativas em França. Gonzalo Fuentes - Reuters

O líder da extrema-direita francesa, Jordan Bardella, prometeu ser o primeiro-ministro de "todos os franceses", mesmo dos que não votarão no Rassemblement National, caso vença as eleições legislativas antecipadas em França com maioria absoluta. Promete "não ser aquele que promete o que não pode cumprir". Ideias expressas na apresentação das grandes linhas do programa do RN numa conferência de imprensa esta segunda-feira.

A uma semana da primeira volta das eleições legislativas, agendadas para 30 de junho,  Jordan Bardella anunciou que as principais prioridades do RN para França são "aumentar o poder de compra, restabelecer a segurança em todo o país e retomar a política de imigração nas nossas próprias mãos".

O jovem político disse que o partido de extrema-direita francesa, o grande favorito nas sondagens com 35,5 e 36 por cento dos votos, está "pronto" para governar caso vença as eleições legislativas com maioria absoluta. Confirmando-se esse cenário, tenciona concentrar-se primeiro na "gestão das emergências" nacionais, antes de "tratar das reformas", nomeadamente da reforma na educação e das pensões com uma idade de reforma aos 60 anos "já no outono".

"Concordamos em formar Governo se tivermos legitimidade para o fazer e se tivermos maioria absoluta", afirmou Jordan Bardella, esclarecendo que não queria passar quinze dias em Matignon (residência oficial do chefe do Governo francês) por "glória pessoal" e ser forçado a sair por falta de uma maioria sólida.
"Big bang da autoridade" nas escolas

No que respeita à educação, o líder da extrema-direita pretende causar "uma grande explosão de autoridade" nas escolas, "a partir do início do novo ano letivo em setembro", com a continuidade do uso de uniformes e a proibição de telemóveis para os alunos.

"Os telemóveis serão proibidos nas escolas, incluindo nos liceus", esclareceu, afirmando que as escolas "devem tornar-se zonas de sobriedade digital".
Guerra na Ucrânia e em Gaza
O líder da extrema-direita francesa reiterou o apoio da França à Ucrânia, mas afastou a possiiblidade de enviar mísseis de longo alcance, bem como de enviar tropas francesas para o terreno porque "isso criaria as condições para uma co-beligerância por parte da França e as condições para uma escalada face a uma potência que é uma potência nuclear", declarou.

"Sou a favor de continuar a fornecer apoio logístico e equipamento de defesa à Ucrânia, mas a linha vermelha mantém-se no que diz respeito ao envio de mísseis de longo alcance ou de equipamento militar que possa ter as consequências de uma escalada", disse.

Bardella também se opôs ao reconhecimento de um Estado palestiniano, afirmando que "isso seria reconhecer o terrorismo", após os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em Israel, a 7 de outubro, que conduziram a uma ofensiva do exército israelita na Faixa de Gaza.

"Não estou a dizer que esta questão não deva permanecer no horizonte, mas reconhecer um Estado palestiniano neste momento seria reconhecer o terrorismo", afirmou o presidente do RN.  Numa referência ao Hamas, considerou que  "seria conceder legitimidade política a uma organização cuja carta prevê a destruição do Estado de Israel".
"Tentativas de ingerência da Rússia"

Questionado pelos jornalistas sobre as tentativas de ingerência russa, o  presidente do partido de Marine Le Pen, disse que estaria "extremamente vigilante"  e considerou "a Rússia uma ameaça multidimensional, tanto para a França como para a Europa".

"Estarei extremamente vigilante contra qualquer tentativa de ingerência da Rússia, mas também de todos os Estados e de todas as potências do mundo", prometeu, Bardella.

c/agências

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