Eleição de Mark Rutte para liderança da NATO praticamente garantida após apoio húngaro e eslovaco

por Joana Raposo Santos - RTP
Mark Rutte é um forte aliado de Kiev e crítico do presidente russo Vladimir Putin. Foto: Johanna Geron - Reuters

É quase certo que o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, vai suceder a Jens Stoltenberg como secretário-geral da NATO. A emissora neerlandesa NOS deu mesmo a escolha como garantida depois de, na terça-feira, Rutte ter recebido o apoio da Hungria e da Eslováquia. Entretanto, o atual chefe da Aliança considerou o seu provável sucessor "um candidato muito forte".

“Com o anúncio do primeiro-ministro [húngaro] Viktor Orbán, penso ser óbvio que estamos muito próximos de chegar a uma conclusão para eleger o próximo secretário-geral, e acho que estas são boas notícias”, declarou aos jornalistas o atual chefe da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.

O líder da NATO considerou Mark Rutte “é um candidato muito forte”, já que “possui muita experiência enquanto primeiro-ministro”.

“É um amigo e colega próximo e acredito que, muito em breve, a Aliança terá decidido sobre o meu sucessor”, acrescentou numa conferência de imprensa em Washington. “E isso será bom para todos nós: para a NATO, mas também para mim”.

A NATO toma todas as decisões por consenso, pelo que um candidato precisa do apoio de todos os 32 membros para ser escolhido. Depois do apoio declarado pela Hungria e Eslováquia, fica apenas a faltar o da Roménia, cujo presidente Klaus Iohannis também está a lutar pelo cargo.
Stoltenberg convenceu Hungria a apoiar Rutte
O apoio de Budapeste chega depois de uma reunião entre Viktor Orbán e Jens Stoltenberg na semana passada. No encontro, as duas partes concordaram que a Hungria não bloquearia as decisões da NATO quanto à ajuda à Ucrânia, desde que não fosse diretamente envolvida.

“O primeiro-ministro [neerlandês] Mark Rutte confirmou que apoia totalmente este acordo e que irá continuar a fazê-lo caso se torne o próximo secretário-geral da NATO”, escreveu Orbán na rede social X para justificar o apoio de Budapeste à escolha deste nome.

“À luz desta promessa, a Hungria está pronta para apoiar a corrida de Rutte ao cargo”, acrescentou.


Anteriormente, Orbán tinha-se oposto à candidatura de Rutte por este ter expressado opiniões “problemáticas”, nomeadamente a de que a Hungria deveria abandonar a União Europeia.
Guerra na Ucrânia será principal desafio
Entre os vários desafios, o próximo líder da Organização do Tratado do Atlântico Norte terá de lidar com as reações e papel dos aliados perante a invasão russa da Ucrânia, enquanto procura evitar uma escalada no conflito que possa motivar a entrada da NATO na guerra.

Mark Rutte é um forte aliado de Kiev e crítico do presidente russo Vladimir Putin. Nos últimos dois anos, o neerlandês tem sido um dos líderes mais vocais no apoio militar da Europa à Ucrânia, insistindo na necessidade de derrotar a Rússia no terreno para assegurar a paz no continente.

Enquanto líder dos Países Baixos, Rutte fez aumentar as despesas com defesa acima do limiar de dois por cento do PIB exigido aos membros da NATO, fornecendo ainda caças F-16, artilharia, drones e munições a Kiev.

O primeiro-ministro neerlandês não poupa nas críticas a Vladimir Putin, que os Países Baixos responsabilizam também pela queda de um avião em território ucraniano em 2014, na qual morreram todos os 298 passageiros e tripulação, incluindo 196 neerlandeses.

c/ agências
Tópicos
pub