Egito mantém recusa de controlo da fronteira de Rafah (Gaza) por Israel

por Lusa

O Egito reiterou hoje a recusa do controlo por Israel do lado palestiniano da passagem fronteiriça de Rafah, segundo um alto funcionário citado pela Al-Qahera News.

O Egito reuniu-se hoje, no Cairo, com responsáveis israelitas e norte-americanos para discutirem a reabertura do posto fronteiriço de Rafah, crucial para a entrada de ajuda humanitária em Gaza, noticiou a imprensa egípcia, sem especificar se foi alcançado um acordo, refere a agência France-Presse.

Segundo a Al-Qahera News, canal de televisão próximo dos serviços secretos egípcios, o Cairo voltou a recusar aceitar que o lado palestiniano da passagem de Rafah seja controlado por Israel.

Quando o exército israelita lançou em 07 de maio as suas operações terrestres em Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza e que faz fronteira com o Egito, tomou o controlo do ponto de passagem com o mesmo nome do lado palestiniano.

Esta passagem constitui uma porta de entrada crucial para a ajuda humanitária no território palestiniano devastado pela guerra entre Israel e o Hamas palestiniano.

Desde então, Egito e Israel têm-se acusado mutuamente pelo bloqueio da ajuda, com as autoridades egípcias a recusarem-se gerir a passagem em coordenação com a parte israelita, preferindo antes cooperar com organismos internacionais e palestinianos.

O "alto responsável" citado pela Al-Qahera News anunciou hoje à tarde o "fim da reunião tripartida no Cairo, entre a delegação de segurança egípcia e as delegações dos Estados Unidos da América e de Israel".

De acordo com a mesma fonte, o Egito reiterou "a necessidade de uma retirada israelita do lado palestiniano da passagem de Rafah, a fim de retomar as suas atividades".

De igual modo, a delegação egípcia atribuiu a Israel "toda a responsabilidade" pelo bloqueio da entrada da ajuda humanitária em Gaza.

A delegação reiterou a necessidade de "trabalhar imediatamente para trazer diariamente, pelo menos, 350 camiões de ajuda para a Faixa (de Gaza) quer se trate de ajuda alimentar, médica ou combustível", acrescentou aquele responsável.

De acordo com a ONU, Gaza deveria receber pelo menos 500 camiões de ajuda humanitária por dia para responder às necessidades do território, uma vez que a ofensiva israelita em grande escala em Gaza provocou uma catástrofe humanitária de grandes proporções, com risco de fome.

Em maio, as conversações entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, conduziram a um acordo temporário para permitir a circulação da ajuda da ONU (Organização das Nações Unidas), através do posto fronteiriço israelita de Kerem Shalom.

Desde então, têm sido realizadas entregas esporádicas nas últimas semanas, que ficam muito aquém das necessidades.

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