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Drones. Aeroporto de Gatwick reabre com segurança reforçada

por Carlos Santos Neves - RTP
“A pista de Gatwick está atuamente disponível e está previsto um número limitado de partidas e chegadas”, anunciou a administração do aeroporto Toby Melville - Reuters

As autoridades britânicas deram esta sexta-feira luz verde à reabertura do aeroporto de Gatwick, após dia e meio de paralisação por causa da presença de drones naquela infraestrutura da periferia de Londres. Estão destacados meios adicionais do Exército e da polícia para o reforço da segurança.

Foi a mais grave interrupção das operações em Gatwick, o segundo aeroporto mais movimentado da Grã-Bretanha, desde a nuvem de cinzas vulcânicas libertada a partir da Islândia, em 2010. Ao fim de 36 horas, a pista está agora reaberta. A administração aeroportuária prevê para esta sexta-feira cerca de 700 descolagens.A legislação britânica proíbe voos de aparelhos de controlo remoto a menos de um quilómetro de infraestruturas portuárias. Quem o fizer arrisca uma pena de até cinco anos de prisão.


“A pista de Gatwick está atuamente disponível e está previsto um número limitado de partidas e chegadas”, lê-se na conta do aeroporto no Twitter.

A gestão de Gatwick volta, adiante, a “aconselhar os passageiros a verificarem o estado do seu voo junto da companhia antes de se deslocarem para o aeroporto”, uma vez que “as partidas e chegadas estarão sujeitas a atrasos e cancelamentos”.


Há agora um dispositivo de segurança reforçado, com meios do Exército e atiradores da polícia preparados para abater eventuais drones que ensaiem nova aproximação ao aeroporto.

As aterragens e descolagens foram interrompidas a partir das 21h00 de quarta-feira, depois de terem sido avistados dois aparelhos de controlo remoto nas proximidades da pista. Esta chegou a ser reaberta por aproximadamente 45 minutos na madrugada de quinta-feira.

“Infelizmente, outra observação de drones nas proximidades do aeroporto forçou o encerramento da pista, novamente, por volta das 3h45”, lia-se numa nota ontem publicada pelo aeroporto.

Ao todo, foram afetados 120 mil passageiros.

João Torgal - Antena 1

As motivações do operador – ou operadores – dos drones permanecem desconhecidas. A polícia sublinhou repetidamente não haver indícios de uma ligação a terrorismo. O diretor operacional de Gatwick, Chris Woodroofe, disse entretanto confiar nas medidas especiais de segurança adotadas nas últimas horas, apesar de não ter sido feita qualquer detenção.
“É sofisticado”

Na quinta-feira, o ministro britânico dos Transportes, Chris Grayling, levantou restrições aos voos noturnos noutros aeroportos do país, numa tentativa de aliviar a congestão causada pelo fecho de Gatwick em época natalícia.

Citado pela agência Reuters, Richard Parker, gestor da empresa de tecnologia de gestão de tráfego aéreo Altitude Angel, assinalou o facto de esta ter sido a primeira suspensão de operações num aeroporto com as dimensões de Gatwick causada por uma incursão deliberada.

“É sofisticado – não do ponto de vista da tecnologia, mas é organizado. Carregaram muitas baterias e estão deliberadamente a evitar serem apanhados, provavelmente deslocando-se para diferentes locais”, afirmou.

c/ agências
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