As autoridades britânicas deram esta sexta-feira luz verde à reabertura do aeroporto de Gatwick, após dia e meio de paralisação por causa da presença de drones naquela infraestrutura da periferia de Londres. Estão destacados meios adicionais do Exército e da polícia para o reforço da segurança.
“A pista de Gatwick está atuamente disponível e está previsto um número limitado de partidas e chegadas”, lê-se na conta do aeroporto no Twitter.
A gestão de Gatwick volta, adiante, a “aconselhar os passageiros a verificarem o estado do seu voo junto da companhia antes de se deslocarem para o aeroporto”, uma vez que “as partidas e chegadas estarão sujeitas a atrasos e cancelamentos”.
Gatwick continues to advise passengers to check the status of their flight with their airline before travelling to the airport as departures and arrivals will be subject to delays and cancellations. 2/2
— Gatwick Airport LGW (@Gatwick_Airport) 21 de dezembro de 2018
Há agora um dispositivo de segurança reforçado, com meios do Exército e atiradores da polícia preparados para abater eventuais drones que ensaiem nova aproximação ao aeroporto.
As aterragens e descolagens foram interrompidas a partir das 21h00 de quarta-feira, depois de terem sido avistados dois aparelhos de controlo remoto nas proximidades da pista. Esta chegou a ser reaberta por aproximadamente 45 minutos na madrugada de quinta-feira.
“Infelizmente, outra observação de drones nas proximidades do aeroporto forçou o encerramento da pista, novamente, por volta das 3h45”, lia-se numa nota ontem publicada pelo aeroporto.
Ao todo, foram afetados 120 mil passageiros.
João Torgal - Antena 1
As motivações do operador – ou operadores – dos drones permanecem desconhecidas. A polícia sublinhou repetidamente não haver indícios de uma ligação a terrorismo. O diretor operacional de Gatwick, Chris Woodroofe, disse entretanto confiar nas medidas especiais de segurança adotadas nas últimas horas, apesar de não ter sido feita qualquer detenção.
“É sofisticado”
Na quinta-feira, o ministro britânico dos Transportes, Chris Grayling, levantou restrições aos voos noturnos noutros aeroportos do país, numa tentativa de aliviar a congestão causada pelo fecho de Gatwick em época natalícia.
Citado pela agência Reuters, Richard Parker, gestor da empresa de tecnologia de gestão de tráfego aéreo Altitude Angel, assinalou o facto de esta ter sido a primeira suspensão de operações num aeroporto com as dimensões de Gatwick causada por uma incursão deliberada.
“É sofisticado – não do ponto de vista da tecnologia, mas é organizado. Carregaram muitas baterias e estão deliberadamente a evitar serem apanhados, provavelmente deslocando-se para diferentes locais”, afirmou.
c/ agências