O fundador da plataforma de vendas online Temu, Colin Huang, é a nova figura considerada a mais rica da China, com um património líquido de 44,5 mil milhões de euros, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. Huang ultrapassa o multimilionário da água engarrafada Zhong Shanshan, fundador e presidente da empresa de bebidas Nongfu Spring, que detinha o título desde abril de 2021.
A Temu é uma plataforma digital chinesa que vende quase tudo.
Foi fundada pelo empresário Colin Huang, que entretanto já avançou para novos negócios, como a plataforma de comércio eletrónico Oku, a empresa de jogos online Xinyoudi e a plataforma agrícola Pinduoduo.
Huang foi engenheiro na Google e especializou-se precisamente em expandir os serviços da gigante multinacional na China.
O multimilionário pertence a uma nova geração de empresários chineses que fizeram fortuna principalmente em tecnologia e não têm medo de correr riscos ao iniciar vários negócios online.
Huang, aos 44 anos, passou a ocupar o lugar de homem mais rico da China, destronando o magnata da água engarrafada da marca Nongfu Spring. O fundador, Zhong Shanshan, perdeu o título que detinha desde abril de 2021.
Com um património líquido de 44,5 mil milhões de euros, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, a China ganha um novo número um na tabela dos mais endinheirados.
"Aprendi a administrar e aceitei o status de rico antes de ficar rico", revela Huang na publicação Forbes.
Sucesso de Huang e o tempo da Temu
A maior parte do sucesso e riqueza de Huang vem atualmente da Temu, a plataforma de compras online com descontos que se encontra em franca expansão globalmente.
A Temu, lançada em 2022 pela PPD Holdings de Huang, conseguiu reverter o desempenho em queda de parte da economia chinesa durante o final da pandemia.
O modelo de negócios da Temu depende, em grande medida, dos fornecedores chineses individuais que enviam diretamente para os clientes do mundo inteiro, sem terem necessidade de intermediários.
Os custos de fabrico relativamente baixos da China - em comparação com a maioria dos países ocidentais - também facilitam a manutenção das margens de lucro Temu.
Uma outra estratégia da Temu passa por estar constantemente a oferecer bónus e recompensas, incentivando compras com mais frequência.
A Temu também beneficiou de grandes descontos nos impostos na produção chinesa após a crise imobiliária e a desaceleração económica do gigante do Oriente.
Com os anos restritivos da covid-19 a marcar as mudanças nos hábitos de compra do país, a empresa aproveitou os consumidores que deixaram de procurar produtos de alta qualidade e passaram a valorizar o custo-benefício.
Ilustração de Florence Lo | Reuters
Neil Saunders, analista da GlobalData Retail, citado na Euronews, sublinha que, “neste ambiente económico, obviamente as pessoas estão a procurar que o seu dinheiro valha mais, logo compram produtos a preços reduzidos. Por isso, a Temu e os seu vendedores a retalho estão a tirar grande partido desta vaga”.
“A Temu, neste momento, tem tudo para crescer. Para além de atrair pessoas para o site, motivam-nas a comprar”.
A Temu expandiu o negócio para mais de 75 países após o lançamento em setembro de 2022, batendo rapidamente rivais chineses como a Shein, TikTok Shop ou a filial internacional da Alibaba, a AliExpress.