Donald Trump. Ucrânia "pode esquecer" adesão à NATO
O presidente norte-americano respondeu aos jornalistas, na sua primeira reunião de gabinete desde a tomada de posse em janeiro, focando-se na guerra na Ucrânia, tendo afirmado que Kiev "pode esquecer" a adesão à NATO.
O presidente norte-americano confirmou entretanto, no início desta reunião de gabinete, que o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitará os EUA na sexta-feira para assinar um "acordo muito grande", referindo-se ao texto sobre exploração de minérios, terras raras, petróleo e gás ucranianos, cujos termos foram duramente negociados por Kiev nas ultimas semanas e que foram finalmente concertados esta terça-feira.
Trump afirmou que "o acordo que estamos a fazer traz-nos [aos EUA] uma grande riqueza". "Recebemos de volta o dinheiro que gastámos e esperamos poder resolver isto", afirmou, mantendo que "os contribuintes não devem pagar a conta" do dinheiro que os Estados Unidos deram à Ucrânia desde a invasão da Rússia. Um valor que, afirma Trump, ronda os 350 mil milhões de dólares, mas que alguns organismos internacionais, como o Instituto para a Economia Mundial de Kiel, estimam que o valor ronde os 120 mil milhões de dólares.
Esta quarta-feira, Zelensky afirmou que "não teremos uma paz realmente justa" sem garantias de segurança, acrescentando que "queremos um cessar-fogo, mas se não tivermos segurança nada funcionará". Kiev sublinhou que o acordo é apenas preliminar e que falta inserir garantias de segurança para a Ucrânia.
Trump confirmou esta tarde aos jornalistas que não oferecerá garantias "por aí além" de segurança à Ucrânia, antes de passar a responsabilidade para a União Europeia.
Sobre as negociações sobre a guerra, iniciadas com o presidente russo, Vladimir Putin, que têm decorrido sem a participação europeia ou sequer ucraniana, Trump disse que aquele "é um tipo muito inteligente, uma pessoa muito astuta".
"Já lidei com algumas pessoas muito más, mas vou dizer-vos que, no que diz respeito a isto, ele não tinha intenção, na minha opinião, de resolver esta guerra. Acho que ele queria tudo, quando fui eleito, falámos e acho que vamos chegar a um acordo", afirmou.
Trump mostrou-se convicto de que, se ele não tivesse sido eleito, "ele [Putin] teria simplesmente continuado a avançar sobre a Ucrânia".
"Durante esse tempo, muitas pessoas seriam mortas", acrescentou.