Donald Trump tem esperança em alcançar acordo com Irão

por Joana Raposo Santos - RTP
"Acho que querem fazer um acordo", considerou Trump em relação a Teerão Carlos Barria - Reuters

Donald Trump considera que o Irão está disposto a chegar a um acordo com os Estados Unidos. Em entrevista à estação NBC este domingo, o Presidente disse ainda acreditar que Teerão não estava a tentar provocar os EUA quando esta semana abateu um drone norte-americano. Por outro lado, o país do Médio Oriente referiu hoje um incidente anterior com outro drone e acusou os Estados Unidos de recorrerem a uma "jogada invasora" para aumentar a tensão na região.

“Penso que eles querem negociar. Acho que querem fazer um acordo. E o meu acordo é nuclear. Eles não vão poder ter uma arma nuclear”, declarou Trump à estação norte-americana NBC. “Eu acho que eles não gostam da posição em que estão. A sua economia está completamente arrasada”, acrescentou.

Apesar de ter já anunciado que irá aumentar as sanções sobre o Irão a partir de segunda-feira, o Presidente norte-americano garante agora que não está “à procura de uma guerra” e disse estar preparado para alcançar um acordo que impulsione a economia iraniana, numa aparente tentativa de diminuir a tensão entre os dois países.

"A existir uma guerra, haveria destruição como nunca a viram", declarou Trump. "Não quero fazer isso, mas não podem ter uma arma nuclear. Se quiserem falar, ótimo, caso contrário poderão ter uma má economia nos próximos três anos".

Também o enviado norte-americano para o Irão, Brian Hook, assegurou hoje, em conferência de imprensa no Kuwait, que os Estados Unidos "não têm nenhum interesse num confronto militar com o Irão".

O mesmo responsável adiantou que Washington "reforçou" o seu dispositivo na região por razões puramente defensivas. "Desejamos que o Irão se comporte mais como um país normal e menos como uma causa revolucionária", comentou, frisando que "um Irão pacífico" é condição para "um Médio Oriente pacífico".
Trump descarta “provocação”
A crescente tensão entre os dois países atingiu novos contornos na sexta-feira, depois de Trump ter abortado uma operação militar que tinha como objetivo servir de retaliação depois de Teerão ter abatido um drone norte-americano que, de acordo com o país, se encontrava a violar o espaço aéreo do mesmo.

Para Donald Trump, o abate do drone não constituiu, porém, uma tentativa de “provocação” por parte do Irão. O Presidente disse ainda não ter enviado a Teerão uma mensagem a alertar o país para o ataque militar que foi depois cancelado, ao contrário do que referiram as fontes iranianas.

Este domingo, Teerão alertou para os possíveis riscos de um confronto militar com os Estados Unidos e garantiu que responderá firmemente a qualquer ameaça.

“Se este conflito acontecer, nenhum país conseguirá controlá-lo”, avisou o comandante iraniano Gholamali Rashid. “O Governo norte-americano deve agir com responsabilidade e evitar uma má conduta na região de modo a proteger as vidas dos seus militares”.
Outro incidente com drone
Este domingo, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Muhammad Javad Zarif, escreveu no Twitter que um drone americano MQ9 Predator B violou o espaço aéreo iraniano no dia 26 de maio.


Já o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, acusou hoje os Estados Unidos de estarem a alimentar as tensões na região através de uma "jogada invasora".

Citado pela agência iraniana IRNA, Rouhani responsabilizou a "presença militar intervencionista" dos Estados Unidos pelos problemas do Médio Oriente.

"Esperamos que a comunidade internacional adote uma reação apropriada a esta jogada invasora", frisou, durante um encontro com a presidente da União Interparlamentar, Gabriela Cuevas, em Teerão.

c/ Agências
PUB