Donald Trump condena “violência racista” em Charlottesville

por RTP
Jonathan Ernst - Reuters

O Presidente dos EUA acusou a “supremacia branca, a KKK e os neonazis” de responsabilidade nos confrontos de sábado em Charlottesville, no Estado da Virgínia, que causaram um morto e 19 feridos. Donald Trump considera que foi um ato de “violência racista”. Declarações que surgem depois de ter sido acusado de ter sido muito brando no sábado na condenação do sucedido.

“O racismo é errado e os que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo o Klu-Klux Klan, os neonazis, os defensores do espaço branco e outros grupos de ódio que são desprezíveis”, afirmou Donald Trump na Casa Branca.

Durante o discurso desta segunda-feira, o Presidente dos EUA frisou que “o racismo e o ódio não têm lugar na América”, acrescentando que “o racismo é maligno”.

“Devemos redescobrir os laços de amor e lealdade que no unem como americanos “, apelou.
Confrontos em Charlottesville
No sábado, a cidade de Charlottesville, no Estado da Virginia (leste), foi palco de violentos confrontos entre militantes de extrema-direita e contra manifestantes.

Os incidentes ocorreram na sequência de uma marcha associada ao movimento defensor da supremacia branca que foi convocada para contestar a decisão de Charlottesville de remover a estátua do general Robert E. Lee de um parque no centro da cidade, considerado atualmente um símbolo da defesa da escravatura e do racismo.

As autoridades locais consideraram o protesto ilegal e o governador da Virginia decidiu declarar o estado de emergência, mas milhares de pessoas convergiram para o centro de Charlottesville, a cerca de 160 quilómetros de Washington.

Pouco depois dos confrontos, um condutor – que tinha participado na manifestação de extrema-direita - atropelou de forma intencional um grupo de contra manifestantes, matando uma mulher de 32 anos e ferindo outras 19 pessoas.

James Alex Fields, de 20 anos e oriundo do Estado do Ohio, seria detido e acusado de vários crimes, incluindo de homicídio em segundo grau.
Declarações consideradas muito brandas
Donald Trump tinha sido duramente criticado por democratas e republicanos por no sábado ter classificado os incidentes como “terríveis, mas sem mencionar de forma direta os supremacistas brancos que tinham convocado a marcha, entre eles David Duke, ex-líder do KKK (Ku Klux Klan, movimento de supremacia branca), e vários elementos que exibiam símbolos relacionados com o regime nazi.

Nas mesmas declarações, Trump condenou “o ódio e o fanatismo” de “múltiplas partes”.

As críticas foram imediatas e a Casa Branca sentiu a necessidade de esclareceu no domingo que o Presidente condena “todas as formas de violência, intolerância e de ódio” e “todos os grupos extremistas”, incluindo os movimentos associados à supremacia branca.

“O Presidente afirmou [no sábado] de forma vigorosa que condenava todas as formas de violência, intolerância e de ódio. Isso inclui, é claro, os supremacistas brancos, o KKK, os neonazis e todos os grupos extremistas”, declarou no domingo um porta-voz da Casa Branca.

C/Lusa

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