A promessa de visita de Trump a Milei surgiu durante um telefonema, quarta-feira, do ex-presidente norte-americano ao recém-eleito presidente ultraliberal argentino, revelou o gabinete do líder do partido "A Liberdade Avança".
Não foi adiantada qualquer data para o encontro nem houve comentários por parte da equipa de Trump.
Javier Milei tem investidura marcada para o próximo dia 10 de dezembro. Joe Biden, o atual presidente dos Estados Unidos, já rejeitou o convite para estar presente, citando problemas de agenda. Não se sabe se Donald Trump terá sido convidado.
Antes disso, o presidente eleito da Argentina tem prevista para os próximos dias uma viagem relâmpago a Nova Iorque e a Miami, nos Estados Unidos, a título privado. Segue-se uma visita a Israel, também privada.
O ex-presidente dos EUA e Javier Milei já expressaram admiração mútua, com o novo presidente da Argentina a aplaudir Trump pela sua "luta contra o socialismo".
No domingo passado, Trump, o candidato melhor colocado nas sondagens para as eleições primárias do Partido Republicano para a corrida à Casa Branca em 2024 nos Estados Unidos, foi um dos primeiros líderes mundiais a felicitar Milei, pela sua eleição com mais de 55 por cento dos votos.
Fê-lo de forma calorosa e entusiasmada recorrendo a uma variante do seu slogan 'tornar a América grande de novo'. "Estou muito orgulhoso de ti" e "Vamos transformar esse país e tornar a Argentina grande novamente", escreveu na sua rede Truth Social sob uma fotografia de Milei, antes de um vídeo de parabéns.
Quarta-feira, o apoio traduziu-se desta vez num telefonema, durante o qual o ex-presidente dos Estados Unidos da América disse a Milei que "a sua vitória por uma larga margem teve um grande impacto a nível mundial", refere o comunicado publicado na rede X, antigo Twitter, pelo secretariado do presidente argentino eleito.
O economista ultraliberal Javier Milei defende teorias controversas e "anti-sistema" próximas de Donald Trump, sobretudo quanto às alterações climáticas, e o seu estilo agressivo e incendiário de comunicação leva também a comparações entre ambos.
O percurso dos dois tem igualmente algumas semelhanças, tendo-se tornado populares graças a programas televisivos de grandes audiências, antes de se aventurarem na política como dissidentes do sistema. Donald Trump tem contudo uma fortuna pessoal e é oriundo da alta finança norte-americana, ao passo que Milei estudou Economia e se tornou professor universitário.
O novo presidente argentino promete uma grande mudança na política económica do seu país, incluindo o encerramento do Banco Central, cortes na despesa pública e a adoção do dólar como moeda.
O atual presidente dos EUA, Joe Biden, também conversou com Milei para o felicitar pela vitória na eleição presidencial de domingo e abordar relações bilaterais, disse quarta-feira a Casa Branca.
O multimilionário Elon Musk aplaudiu por seu lado na rede X o resultado das eleições, considerando que "a prosperidade está diante da Argentina".
No Brasil, a vitória de Milei foi comemorada pelos apoiantes de Jair Bolsonaro, que esperam que a tendência de mudança de rumo lhes seja favorável nas eleições de 2026. Já o governo do Presidente Lula da Silva estará a preparar cenários para uma vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas de 2024, que parece cada vez mais provável.
Em particular, aguarda para ver o impacto da mudança de rumo na Argentina sobre o acordo entre o grupo Mercosul e a União Europeia, o qual poderá ser assinado até ao fim do ano, apesar de Milei.