Dois principais chefes da polícia da Coreia do Sul detidos

por Lusa
A agitação não para na Coreia do Sul Jeon Hein-Kyun - EPA

Os dois principais chefes da polícia foram detidos pelo papel na breve imposição da lei marcial por parte do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol na semana passada, anunciou esta quarta-feira a polícia.

As forças de segurança sul-coreanas disseram que o comissário-geral da agência de polícia sul-coreana, Cho Ji-ho, e o chefe da agência de polícia metropolitana de Seul, Kim Bong-sik, estavam detidos na esquadra de Namdaemun, na capital.

Os dois dirigentes policiais estão a ser investigados pelo papel no envio de forças policiais para a Assembleia Nacional, numa tentativa de impedir os deputados de entrar no parlamento para suspender a lei marcial, anunciada abruptamente na noite de 3 de dezembro.

O anúncio surgiu horas antes de o principal partido da oposição, o liberal Partido Democrático, apresentar uma nova moção para destituir o conservador Yoon, que no sábado escapou por pouco a uma primeira tentativa.

O Partido Popular do Povo (PPP), no poder, boicotou e invalidou a votação por falta de quórum. Mais tarde, o partido disse que, em troca do bloqueio da moção, tinha obtido a promessa de que Yoon se ia retirar para deixar a governação ao PPP e ao primeiro-ministro.

A oposição, que acusou o PPP de um "segundo golpe" de Estado, vai tentar novamente destituir o presidente a 14 de novembro.

Ex-ministro tenta suicídio após detenção

O ex-ministro da Defesa da Coreia do Sul Kim Yong-hyun tentou cometer suicídio, mas falhou e encontra-se em estado estável, revelaram as autoridades de Seul.

O comissário-geral do Serviço Correcional da Coreia, Shin Yong-hae, disse aos deputados que Kim tentou matar-se num centro de detenção em Seul, pouco antes de ser formalmente detido.

Após a tentativa falhada de suicídio, Kim foi colocado numa cela especial e não corre perigo de vida, acrescentou Shin.

Os procuradores interrogaram Kim três vezes desde da detenção inicial, no domingo, depois de ter comparecido voluntariamente para responder na investigação.

O Tribunal Distrital Central de Seul tinha aprovado um mandado de captura contra Kim, acusado de rebelião e abuso de poder.

Durante um interrogatório, Kim terá admitido que propôs a lei marcial a Yoon, mas afirmou não ser uma ação ilegal nem inconstitucional.

Polícia fez buscas no gabinete do presidente da Coreia do Sul após lei marcial
por Lusa

Buscas no gabinete do presidente

Uma unidade especial de investigação da polícia da Coreia do Sul disse ter efetuado buscas na sede da polícia e no gabinete do presidente.

"A equipa especial de investigação realizou uma busca no gabinete presidencial, na agência de polícia (sul-coreana), na agência de polícia metropolitana de Seul e no Departamento de Segurança da Assembleia Nacional", uma semana depois de Yoon Suk-yeol ter imposto a lei marcial no país, disse a unidade às agências de notícias.

As buscas foram anunciadas horas depois dos dois principais chefes da polícia terem sido detidos.

 

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