Dois Papas face a face

por RTP
Osservatore Romano, Epa

Antes, falar em dois papas coevos só podia implicar referência ao cisma em que a Igreja se encontrou dividida. O segundo papa, o de Avignon, era nesses distantes séculos XIV e XV apodado de "antipapa" e brindado com a excomunhão. Hoje, a reunião de dois papas é um acontecimento social amistoso e nada tem de cismático. Foi assim o encontro dos dois papas em Castelgandolfo.

O papa em exercício, Francisco, desceu dos céus, mas o milagre era neste caso apenas da tecnologia, porque vinha de helicóptero. O porta-voz do Vaticano, cardeal Federico Lombardi, transmitiu à imprensa alguns detalhes sobre a indumentária dos dois papas, sobre o presente do anfitrião ao visitante, sobre a oranão de ambos na capela do palácio - e pouco ou nada sobre o teor da conversa de 45 minutos que mantiveram antes do ágape oferecido por Bento XVI.

De qualquer modo, conhecia-se a boa atmosfera entre o papa Francisco e o papa emérito, Bento XVI, pelas referências calorosas que Bergoglio fizera ao antecessor, tanto na sua primeira intervenção pública na praça de São Pedro, como na audiência concedida aos cardeais eleitores logo no dia seguinte, e em várias ocasiões posteriores.

Ao receber publicamente o papa Francisco na sua residência provisória de Castelgandolfo, Ratzinger deixou uma impressão de alguma fragilidade física, em contraste com a boa forma do seu sucessor.
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