Doenças evitáveis por vacinação aumentam na Europa

por Antena1

EPA

Comentando os resultados hoje divulgados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, o investigador Miguel Castanho, do Instituto Molecular da Universidade de Lisboa, sublinha que o aumento de casos de sarampo (e de outras doenças controladas há décadas) está ligado à descida das taxas de vacinação, o que obriga a maior investimento de dinheiro e de recursos no desenvolvimento de novos fármacos que, de outra forma, não seriam necessários.

Dados divulgados hoje pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças mostram que doenças evitáveis por vacinação, como o sarampo e a tosse convulsa, têm vindo a aumentar após a diminuição dos níveis durante a pandemia de covid-19, acrescentando a diretora do ECDC, Andrea Ammon, citada num comunicado daquela agência europeia, que “alcançar e manter uma elevada taxa de vacinação, vigilância de doenças e ações de resposta rápida para controlar surtos continuam a ser as principais ações contra estas doenças”.

O número de casos de sarampo começou a aumentar em 2023 e a tendência manteve-se em vários Estados-membros da UE, tendo sido notificados entre março de 2023 e o final de fevereiro de 2024, “pelo menos 5.770 casos de sarampo, incluindo pelo menos cinco mortes”.

Em Portugal, entre 1 de janeiro e 10 de março de 2024, registaram-se 16 casos, segundo o Boletim Epidemiológico sobre o sarampo da Direção-Geral da Saúde.

Tendo em conta a facilidade com que o sarampo se espalha, o ECDC considera essencial que 95% da população tenha sido imunizada com duas doses da vacina para interromper a transmissão.

Em relação à tosse convulsa, dados preliminares indicam um aumento de mais de 10 vezes nos casos em 2023 e 2024 em comparação com 2022 e 2021, refere o comunicado. A imprensa portuguesa deu conta no final de março de dois casos confirmados no país.

O ECDC defende serem “essenciais esforços contínuos para identificar lacunas de imunidade na população”, pedindo um “trabalho adicional” para “garantir que ninguém seja deixado para trás, especialmente entre as populações vulneráveis e desfavorecidas, como refugiados, migrantes, requerentes de asilo e outros grupos”.

(Com Lusa)
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