Várias personalidades norte-americanas, que tradicionalmente fazem donativos aos democratas, vieram a público alertar que vão reter fundos caso Joe Biden se mantenha como candidato do partido à eleição presidencial. O mau desempenho no debate da semana passada contra Donald Trump desencadeou esta pressão sobre o presidente em exercício.
Entre as mais recentes declarações, Abigail Disney afirmou, durante uma entrevista no canal financeiro CNBC, que não estava crente em que Joe Biden pudesse vencer Trump em novembro.
A herdeira da família Disney deixou claro que tem intenção de retirar o apoio financeiro ao partido, enquanto Biden se mantiver na corrida eleitoral. Realça, no entanto que a decisão se baseia no “realismo, não no desrespeito”.“Biden é um bom homem e serviu o seu país admiravelmente, mas os riscos são muito altos”, disse Disney, que já apoiou vários democratas ao longo dos anos.
A herdeira da família Disney deixou claro que tem intenção de retirar o apoio financeiro ao partido, enquanto Biden se mantiver na corrida eleitoral. Realça, no entanto que a decisão se baseia no “realismo, não no desrespeito”.“Biden é um bom homem e serviu o seu país admiravelmente, mas os riscos são muito altos”, disse Disney, que já apoiou vários democratas ao longo dos anos.
“Se Biden não renunciar, os democratas perderão. Disso tenho absoluta certeza. As consequências da perda serão genuinamente terríveis”, rematou.
Também o empresário Gideon Stein anunciou que suspenderia 3,5 milhões de dólares (3,23 milhões de euros) para organizações políticas e sem fins lucrativos ativas na corrida presidencial, caso Biden se mantenha como candidato do Partido Democrático.
Já o produtor de cinema Damon Lindelof, que fez um donativo de mais de 100 mil dólares (cerca de 92,4 mil euros) aos democratas neste ciclo eleitoral, escreveu no canal de notícias de Hollywood um apelo para que outros financiadores retirassem o apoio ao partido.
“Quando lhe enviarem uma mensagem a pedir dinheiro, responda que não vai dar um centavo e que não vai mudar de ideia até que haja troca de nome no remetente do bilhete”, insistiu Lindelof.
Para Ari Emanuel - irmão de Rahm Emanuel, ex-chefe de gabinete de Barack Obama - reter o financiamento será a chave para garantir o afastamento de Biden.Citado no Financial Times, Emanuel deixou uma mensagem: “A força vital de uma campanha é o dinheiro, e talvez a única maneira. Mas e se o dinheiro o começar a secar”.
Reed Hastings, cofundador da Netflix e um dos maiores doadores do Partido Democrático, foi mais uma das vozes que se junta a esta pressão. Na BBC, sublinha que Joe Biden "precisa de se afastar para permitir que um líder democrata vigoroso derrote Trump e mantenha os norte-americanos seguros e prósperos".
Uma investigação do New York Times/Sienna College realizada entre os eleitores, após o debate com Trump, demonstrou que Biden ficou atrás do republicano seis pontos percentuais.
Porém, Biden insiste que não tem planos de desistir da corrida eleitoral. A neta Disney aponta a vice-presidente Kamala Harris como uma alternativa sólida ao atual presidente, argumentando que esta seria capaz de derrotar Trump.
“Temos uma excelente vice-presidente. Se os democratas tolerassem qualquer uma das suas dificuldades, como toleraram as de Biden - e não nos vamos enganar sobre como a raça e género figuram nessas desigualdades. Mas se os democratas pudessem encontrar uma maneira de parar de discutir e se se unissem em torno dela poderíamos vencer esta eleição, por muito”, sustentou.