A Coreia do Norte lançou esta semana um míssil hipersónico de alcance intermédio com o objetivo declarado de dissuadir os “rivais” de Pyongyang na região do Pacífico, de acordo com a KCNA, agência oficial do regime de Kim Jong-un.
Os avanços tecnológicos no desenvolvimento de armas hipersónicas tornam a defesa antimísseis cada vez mais difícil - os projéteis conseguem atingir uma velocidade cinco vezes superior à velocidade do som, ou seja, mais de 6.100 quilómetros por hora.
De acordo com a KCNA, o míssil lançado na segunda-feira atingiu 12 vezes a velocidade do som, percorrendo cerca de 1.500 quilómetros antes de se precipitar sobre o Mar do Japão.
O líder norte-coreano afirmou que o teste do novo míssil balístico hipersónico demonstrou que o país está constantemente a melhorar os “poderosos sistemas de armas de novo tipo”. A Coreia do Norte, clamou Kim Jong-un, está preparada para “lidar com diferentes ameaças de segurança representadas pelas forças hostis contra o Estado no momento”.Kim Jong-un enfatizou a necessidade de fortalecer e defesa para aumentar a “eficácia do dissuasor estratégico contra os inimigos em potencial”, de acordo com a agência oficial norte-coreana.
O secretário de Estado dos EUA e o homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, condenaram logo na segunda-feira o recente lançamento do míssil balístico.
Os militares da Coreia do Sul classificaram a ação como um "ato de provocação”. Em resposta ao lançamento e face à possibilidade de novos possíveis testes, as Forças Armadas da Coreia do Sul aumentaram a vigilância, com o objetivo de antecipar futuros disparos.
Apesar de o líder da Coreia do Norte afirmar que o teste de fogo não teve impacto negativo na segurança dos países vizinhos, a comunidade internacional expressou o desagrado perante este teste, aumentando a instabilidade geopolítica.
A escala das tensões na Península Coreana tem causado preocupações. Durante a visita a Seul, Antony Blinken declarou que os Estados Unidos acreditam que a Rússia planeia partilhar tecnologia avançada de satélites com a Coreia do Norte em troca de apoio à guerra na Ucrânia, onde terão já sido mortos e feridos mais de mil soldados norte-coreanos.
Esta não é a primeira vez que a Coreia do Norte lança mísseis hipersónicos. Em novembro, Pyongyang lançou mísseis de curto alcance, um dia antes da eleição presidencial dos EUA.
De destacar que o teste do novo míssil balístico ocorre num ambiente político conturbado na Coreia do Sul, uma vez que o presidente Yoon Suk Yeol enfrenta a possibilidade de prisão após uma tentativa de impor a lei marcial a 3 de dezembro.
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