Os disparos do exército israelita contra os capacetes azuis da forças de manutenção de paz no Líbano (FINUL) "não são aceitáveis", disse hoje a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que tem quase mil militares deslocados nessa missão.
"O quartel-general da FINUL e duas bases italianas foram atingidas por disparos das forças israelitas (...). Isso não é aceitável e viola o que está estabelecido" pelas resoluções das Nações Unidas, declarou Meloni no decurso da cimeira no Chipre dos países mediterrânicos da União Europeia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou hoje "inaceitáveis" os ataques de que a força de manutenção de paz da ONU no Líbano (UNIFIL) foi alvo, considerando que Israel está a "usurpar" a sua legitimidade para atuar.
Falando no final da XI Cimeira dos Países do Sul da União Europeia (MED9) em Pafos, Chipre, e que foi dominada pelo alastramento do conflito no Médio Oriente com as operações militares israelitas no Líbano, que entre quinta-feira e hoje provocaram feridos entre os `capacetes azuis` da ONU, Rangel considerou que se vive "uma situação muito preocupante" e apelou à contenção "de todos, mas em particular" de Israel.
A ONU afirmou hoje que não existem "neste momento" planos para reposicionar as forças da FINUL, que estão alegadamente a ser alvo de ataques de Israel no sul do país.
"Neste momento" não há qualquer ideia de reposicionar a força de paz da FINUL sob fogo no sul do Líbano, declarou o porta-voz da ONU Farhan Haq, em resposta a perguntas da comunicação social.
Dois capacetes azuis indonésios e dois cingaleses foram feridos nos alegados ataques, que o Exército israelita diz terem sido acidentes em confrontos com o movimento xiita libanês Hezbollah, que está, segundo Israel, a usar as tropas da ONU como escudos humanos.
Na quinta-feira, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, transmitiu às autoridades israelitas a importância de garantir a segurança das tropas da Força Interina das Nações Unidas no Líbano.
Austin manteve então uma conversa telefónica com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, - quando ainda havia só dois capacetes azuis feridos - na qual discutiram a situação no Médio Oriente e a evolução da ofensiva israelita no Líbano e também na Faixa de Gaza.
"O secretário Austin também sublinhou a importância de garantir a segurança das forças da FINUL na zona e instou à coordenação de esforços para se passar das operações militares para uma via diplomática o mais rapidamente possível", segundo um comunicado do Pentágono.