A defesa e a promoção dos direitos dos povos indígenas e das mulheres ocuparam o primeiro dia das reuniões preparatórias para a oitava Cimeira das Américas, que vai decorrer esta semana, em Lima.
Reunidos na capital peruana, centenas de ativistas indígenas defenderam a autonomia dos seus territórios, incluindo os recursos naturais, e exigiram mecanismos legais que fortaleçam a institucionalidade das organizações indígenas.
Os ativistas pediram também a criação de programas sociais de apoio à agricultura familiar e à educação, para impedir a migração das áreas rurais para a cidade.
Foi também abordada a igualdade de género, o direito ao aborto e a necessidade de proteger os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
"Os ativistas sofrem perseguição por grupos religiosos com poder político e económico", o que dificulta o alcançe da igualdade de género, disse a assessora jurídica do Centro para a Promoção e Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos (PROMSEX) do Peru, Karen Anaya.
"Governanação Democrática contra a corrupção" é o tema do próximo encontro entre "as Américas", na sexta-feira e no sábado próximos, que vai contar com a presença de 19 chefes de Estado e de Governo da região, mas não com o Presidente dos Estados Unidos.
Donald Trump cancelou, na terça-feira, a deslocação ao Peru e à Colômbia para "supervisionar a resposta norte-americana em relação à Síria" e acompanhar os acontecimentos internacionais, divulgou a Casa Branca.
Esta seria a primeira viagem de Donald Trump à América Latina desde a tomada de posse, em janeiro de 2017. O vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, vai estar presente na cimeira das Américas.
Também o chefe de Estado venezuelano já confirmou que não irá a Lima, depois do Peru ter anunciado, em fevereiro, "não ser bem-vinda" a presença de Nicolás Maduro "devido aos acontecimentos na Venezuela".
O Fórum dos Indígenas reuniu cerca de 300 representantes de organizações de países latino-americanos, incluindo Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Nicarágua, Panamá e Peru, para debaterem a um acordo sobre direitos territoriais e económicos.