O mundo diplomático parece dar pouco crédito ao antigo primeiro-ministro britânico. Tony Blair ocupa desde 2007 o cargo de enviado especial do Quarteto para o Médio Oriente, mas o seu trabalho tem sido pautado por poucos avanços significativos. Recentemente, um antigo responsável norte-americano classificou-o mesmo de “anedota ambulante”, aumentando os rumores de que Blair se prepara para abandonar o cargo.
Os críticos do antigo primeiro-ministro britânico não esquecem as más relações que este mantém com a Autoridade Palestiniana, nem os seus interesses privados na região, nomeadamente numa empresa petrolífera ligada à Arábia Saudita.
A dificultar o relacionamento de Blair com a Palestina está ainda a influência que o antigo primeiro-ministro teve na guerra do Iraque.
A imprensa britânica avança que Blair reuniu no último fim de semana com John Kerry e Federica Mogherini, representantes, respetivamente, da diplomacia norte-americana e europeia para negociar a sua posição.
"Anedota ambulante"
Fontes próximas revelaram a The Times que Blair estará interessado em manter-se ligado às negociações que envolvem Israel e a Autoridade Palestiniana, procurando no entanto que o seu cargo seja revisto.
O próprio Tony Blair terá admitido não ter condições para manter-se na linha da frente, opinião partilhada por outros diplomatas.
“Tem sido ineficaz neste trabalho. Não tem credibilidade nesta parte do mundo”, defendeu um diplomata junto do Financial Times. Um antigo diplomata britânico afirma mesmo que a sua nomeação foi um “erro”.
Um ex-diplomata norte-americano comentou mesmo a The Telegraph que o antigo primeiro-ministro se tornou uma “anedota ambulante” depois do fracasso da última ronda negocial.
Tony Blair foi nomeado enviado especial do Quarteto para o Médio Oriente em 2007, após ter renunciado ao cargo de primeiro-ministro.