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Diplomatas e movimento de solidariedade denunciam "massacre" em Gaza

por RTP
Ibraheem Abu Mustafa, Reuters

Em Portugal, o Comité de Solidariedade com a Palestina denunciou o que classifica como um "massacre" cometido pelo Exército israelita na fronteira com a Faixa de Gaza. Entretanto, também o Governo turco denuncia a ocorrência de um "massacre".

Em comunicado hoje difundido, o Comité de Solidariedade com a Palestina (CSP) denuncia que "soldados israelitas e snipers colocados ao longo da fronteira atiram a matar sobre a população palestiniana que se manifesta massivamente em Gaza contra a ocupação e pelo retorno dos refugiados".

O comunicado do CSP considera o morticínio ocorrido na Faixa de Gaza como prolongamento de uma marca de origem do Estado de Israel, "desde 1948, com o massacre de Deir Yassin, até ao dia de hoje, com o massacre em Gaza".

Segundo aquela organização de solidariedade, trata-se aqui de implementar "um projecto colonial assente na limpeza étnica da população nativa". Contra esse projecto, o CSP tem participado na campanha internacional BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).

Responsável pelo derramamento seria, desde logo, a política norte-americana mas também, acrescenta o comunicado, os governos da União Europeia, como "principais cúmplices da expansão israelita", mesmo estando hoje demonstrativamente ausentes da inauguração. E exemplifica essa cumplicidade europeia com a admissão de Israel em organismos como a Eurovisão e a UEFA, dos quais reclama a sua exclusão.

Condenação generalizada na comunidade internacional
O Governo turco, citado em Der Spiegel, denunciou o "massacre" e lembrou que este foi cometido contra "manifestantes pacíficos" e responsabilizou os Estados Unidos, e a decisão de abrir a sua Embaixada em Jerusalém, pelo maior derramamento de sangue desde o ataque israelita contra a Faixa de Gaza em 2014.

O Governo jordano, através do seu porta-voz, considerou que "a violência excessiva contra manifestantes palestinianos indefesos" constitui "um crime". O Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, numa declaração emitida ao fim da tarde, condenou a violência das "tropas de ocupação israelitas contra civis palestinianos desarmados".

O secretário-geral da ONU não condenou Israel, tendo apenas lamentado a violência e aproveitado este ensejo para reiterar a vigência da "solução dos dois Estados".

Por seu lado, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, não tendo condenado directamente Israel, dirigiu-lhe um apelo para que modere a utilização da violência.  E acrescentou: "Israel tem de respeitar o direito ao protesto pacífico". Salomonicamente, apelou ao Hamas para que não utilize as manifestações para os seus propósitos.

O MNE alemão emitiu também uma declaração em termos semelhantes, sublinhando a validade do direito ao protesto pacífico, e também que esse direito não deve ser desvirtuado como pretexto para uma escalada de violência.

A declaração alemã manifesta preocupação pela utilização de munições reais, embora abrindo a porta para legitimar essa utilização "se outros métodos mais brandos de dissuasão não atingirem o seu objectivo e se houve ameaças concretas".
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