Diplomacia dos EUA exorta "à calma e contenção" no Bangladesh

por Lusa

O Departamento de Estado norte-americano apelou hoje para "a calma e a contenção" no Bangladesh e saudou a formação em breve de um Governo provisório, na sequência da demissão e abandono do país da primeira-ministra, Sheikh Hasina.

"Exortamos todas as partes a absterem-se de recorrer a mais violência. Perderam-se demasiadas vidas nas últimas semanas, e nós apelamos para a calma e a contenção nos próximos dias", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

"Saudamos o anúncio [pelo chefe do Estado-Maior do Exército] de um Governo provisório e apelamos para que qualquer transição se efetue nos termos do quadro jurídico do Bangladesh", acrescentou Miller.

Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou para uma "transição pacífica, ordeira e democrática" naquele país asiático, após o anúncio da formação iminente de um Governo interino, na sequência da fuga do país da primeira-ministra, indicou hoje um porta-voz da organização.

Guterres "apela para a calma e a contenção de todas as partes e sublinha a importância de uma transição pacífica, ordeira e democrática", afirmou o seu porta-voz adjunto, Farhan Haq, num comunicado, lamentando as dezenas de mortes ocorridas durante as últimas manifestações no Bangladesh e instando a "investigações independentes" de todos os atos de violência.

A primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, fugiu hoje do país de helicóptero, após 15 anos no poder e um mês de protestos mortíferos.

Um dia após um domingo marcado pela violência que fez uma centena de mortos, 66 pessoas morreram hoje, segundo fontes policiais e hospitalares.

No total, 366 pessoas morreram no Bangladesh em confrontos desde o início das manifestações estudantis em julho, de acordo com um balanço da agência noticiosa francesa AFP a partir de dados da polícia, de fontes oficiais e hospitalares.

"Estamos profundamente tristes com os relatos de violações dos direitos humanos, mortos e feridos durante o fim de semana e nas últimas semanas", concluiu o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

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