A futura Universidade Católica (UC) timorense poderá começar a funcionar já em 2022, querendo ser um espaço de qualidade, profissionalismo e competência, virado para sinergias e relações com instituições congéneres em vários países, disse à Lusa o arcebispo de Díli.
Virgílio do Carmo da Silva explicou que já teve um primeiro contacto com o embaixador brasileiro em Díli e que vai reunir-se com o embaixador português para apresentar o projeto e, eventualmente, estudar apoios em termos de recursos, nomeadamente no que toca à língua portuguesa.
"Queremos fazer esta diferença, estas ligações para fora. Queremos apresentar um programa bem feito, que aposte na qualidade, que aposte no profissionalismo e na competência", considerou.
Ainda que formalmente a documentação que sinaliza a intenção de criar a UC só tenha sido entregue ao Governo timorense em junho, a ideia é antiga, com o então administrador apostólico de Díli, o bispo Ximenes Belo, a criar uma primeira equipa de estudo em 2002.
O trabalho foi continuado pelo seu sucessor, o bispo Alberto Ricardo, incluindo com a identificação de um espaço -- a antiga escola de São José, em Balide, no centro de Díli -- e as primeiras obras, edifícios que serão a semente de um projeto que o prelado espera ver crescer progressivamente.
A ideia ficaria em lume brando até 2020 quando o passo mais concreto foi dado e foi criada uma equipa, formada por padres e leigos, que ficou encarregue de começar a preparar o projeto de instalação formal.
Finalmente, em março último, a diocese solicitou formalmente ao Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura (MESCC) informação sobre o processo de abertura, tendo sido apresentada a lista de critérios e documentos necessários.
"Concluímos os estatutos em maio e a 16 de julho apresentamos todo o pedido formal, com toda a documentação, ao MESCC, para que possamos avançar na criação da Universidade Católica", explicou.
O processo de avaliação de documentos ainda está a decorrer, mas, se tudo correr bem, o nascimento da UC pode ser formalizado já em outubro, ainda com uma versão reduzida e aproveitando como base o Instituto de Ciências Religiosas
"O nosso plano, se tudo correr bem, é arrancar a 22 de outubro para poder começar o ano letivo de 2022", explicou.
Educação e letras, numa primeira fase e posteriormente, um ano depois, medicina e agricultura, serão a génese da UC, apostando no que o arcebispo considera serem áreas essenciais.
"Nesta preparação toda, obtivemos muito apoio e isso deixa-me confiante", afirmou.