Dinamarca. Maioria contra venda da Gronelândia e metade vê Estados Unidos como ameaça
Embora 78 por cento dos dinamarqueses não concordem com a venda da Gronelândia aos Estados Unidos, 72 por cento consideram que a decisão final deve ser do território e não da Dinamarca. Um inquérito da empresa britânica YouGov, publicado esta sexta-feira pelo jornal britânico The Guardian, apurou ainda que 46 por cento dos inquiridos encaram os Estados Unidos como "uma grande ameaça" para o país. A maior ameaça, porém, vem da Rússia, que arrecadou 86 por cento das opiniões.
A YouGov é uma empresa internacional de sondagens na internet, com sede no Reino Unido. Entre 15 e 22 de janeiro, fez uma consulta à população dinamarquesa: a Gronelândia foi o principal tema em análise e envolveu mais de mil inquiridos.
A ilha da Gronelândia, que tem uma população de 57 mil habitantes, foi governada como uma colónia pela Dinamarca, Estado que continua a controlar a política externa e de segurança do território ártico.
Ainda antes de tomar posse para um novo mandato como presidente norte-americano, Donald Trump mostrou interesse em que a Gronelândia passasse para domínio dos EUA, colocando mesmo a hipótese de comprar o território. Esta ideia de Trump coincide com a crescente vontade do movimento de independência pré-existente na ilha, embora tenha já grande autonomia relativamente ao Governo dinamarquês.
Ainda antes de tomar posse para um novo mandato como presidente norte-americano, Donald Trump mostrou interesse em que a Gronelândia passasse para domínio dos EUA, colocando mesmo a hipótese de comprar o território. Esta ideia de Trump coincide com a crescente vontade do movimento de independência pré-existente na ilha, embora tenha já grande autonomia relativamente ao Governo dinamarquês.
Venda da Gronelândia chumbada
A investigação da YouGov apurou que 78 por cento dos inquiridos opõem-se à venda da Gronelândia aos Estados Unidos. Contudo, 72 por cento são da opinião que a decisão final dever ser da Gronelândia, não da Dinamarca.
Os EUA foram considerados como “uma grande ameaça” ou “uma ameaça bastante grande” para a Dinamarca por 46 por cento.A América ultrapassa assim a Coreia do Norte ou o Irão no tópico “ameaça” – que arrecadam 44 e 40 por cento das opiniões, respetivamente.
No entanto, os dinamarqueses colocam a Rússia como uma maior ameaça, somando 86 por cento das opiniões dos entrevistados.
A primeira-ministra dinamarquesa diz ter falado ao telefone com o presisente Trump, descrevendo a conversa como “horrível”. Mette Frederiksen está a fazer um périplo por Berlim, Paris e Bruxelas para reforçar o apoio perante as ameaças de Trump face à Groenlândia e acentuou que a Europa deve unir-se neste contexto.
“Quero garantir que toda a Europa esteja unida. Não apenas relativamente ao reino da Dinamarca, mas também de forma mais ampla”, realçou.
Numa outra recolha de opinião junto dos habitantes da Gronelândia, também citada no Guardian, 85 por cento das pessoas não querem que a ilha se torne parte dos EUA.
Esta análise da empresa Verian, encomendada pelo jornal dinamarquês Berlingske, revelou que seis por cento dos inquiridos eram a favor de se tornarem parte dos EUA. Nove por cento mostraram-se indecisos.
Esta análise da empresa Verian, encomendada pelo jornal dinamarquês Berlingske, revelou que seis por cento dos inquiridos eram a favor de se tornarem parte dos EUA. Nove por cento mostraram-se indecisos.