Dilma Rousseff, a candidata ungida por Lula da Silva e pelo Partido dos Trabalhadores (PT), conquistou na segunda volta a Presidência do Brasil, impondo-se à candidatura de José Serra, do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), com os votos de 55,5 milhões de eleitores. A antiga ministra das Minas e Energia e da Casa Civil chega ao Palácio do Planalto com a garantia de que não vai descansar “enquanto houver fome” no seu país.
Quando estavam apurados os números de 99,64 por cento das urnas, 11,92 milhões de sufrágios apartavam as candidaturas de Dilma Rousseff e José Serra. A candidata do PT ascende ao cargo ocupado há oito anos por Luiz Inácio Lula da Silva com 56,01 por cento dos votos. O seu adversário, José Serra, obteve 43,99 por cento, ou seja, 43,62 milhões de votos válidos.
Os dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram um país que se divide entre as zonas mais empobrecidas nos Estados do nordeste e do Norte, onde Dilma foi a escolha prevalecente, e as regiões mais desenvolvidas do centro-oeste e do sudeste, onde Serra conseguiu os melhores resultados. A nordeste e no Norte, a candidata do PT só ficou aquém do adversário em Roraima, Acre e Rondónia. No centro-oeste e no sudeste, Brasília, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram as excepções na carteira do candidato do PSDB.
À segunda volta, a instituição responsável pelos actos eleitorais testemunhou, por outro lado, a mais alta taxa de abstenção desde o primeiro escrutínio para a Presidência brasileira do pós-ditadura, em 1989. Num país onde a ida às urnas é obrigatória, 21,5 por cento dos eleitores registados ficaram em casa.
“Sim, a mulher pode”
Confirmado o triunfo da candidata de Lula da Silva, os apoiantes de Dilma Rousseff saíram aos milhares para as ruas das cidades de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. O vermelho e a música do Partido dos Trabalhadores depressa encheram a capital do país. Foi em Brasília que antiga ministra da Casa Civil fez o discurso de vitória. Cedo salientou o facto de ter conseguido inscrever o seu nome na História do Brasil como a primeira mulher eleita para a Presidência: “Gostaria muito que os pais e mães das meninas olhassem hoje nos olhos delas e lhes dissessem sim, a mulher pode”.
“O meu primeiro compromisso é honrar as mulheres brasileiras. A minha alegria é ainda maior porque a presença de uma mulher na Presidência da República dá-se pela via democrática”, afirmou Dilma Rousseff, para acrescentar, em seguida, que “a igualdade de oportunidade entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia”.
A Presidente eleita comprometer-se-ia, depois, a zelar pela Constituição, colocando a tónica no respeito pelos Direitos Humanos, pela democracia e pela “mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa e de culto”. Sem perder de vista a herança do consulado de Lula da Silva, Dilma atribuiu ao Presidente em exercício a abertura de uma “nova era de prosperidade” que tornou “possível um sonho impossível”. E agradeceu “a honra do seu apoio” e “o privilégio da sua convivência”, “coisas que se guarda para a vida toda”: “Conviver durante todos esses anos com ele deu-me a exacta dimensão do governante justo e do líder apaixonado pelo seu país e por sua gente. A alegria que sinto hoje pela minha vitória se junta à emoção por sua despedida”.
“Um chamado à nação”
Não baixar os braços “enquanto houver fome” no Brasil foi um dos compromissos mais sonoros assumidos na noite eleitoral pela candidata vencedora. Trata-se, reconheceu Dilma, de uma “ambiciosa meta” que constitui “um chamado à nação”. “Peço humildemente o apoio de todos para superar este abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida”, exortou.
Para manter o ritmo de crescimento do Brasil, a Presidente eleita promete tratar da economia do país “com toda a responsabilidade”. O que não implica cortes em programas de apoio social, ou serviços considerados essenciais. Para gerir os sectores da educação, saúde e segurança, a sucessora de Lula tenciona formar uma equipa governativa de “primeira qualidade”. E será “rígida” na protecção do interesse público, sem contemplações “com o erro ou com o mal feito”.
Quanto à política externa, Dilma Rousseff, 40.º rosto na galeria de Presidentes do Brasil, preconizou a instituição de “regras muito claras e mais cuidadosas” para travar a especulação financeira. O seu Governo, garantiu, vai actuar “firmemente nos fóruns internacionais com esse objectivo”.
“Uma trincheira”
No campo derrotado, o reconhecimento da derrota não foi “um adeus”. José Serra fez da sua “mensagem de despedida” um “até logo”. Depois de acolher “com respeito e humildade a voz do povo nas urnas”, o candidato do PSDB cumprimentou a adversária do PT e expressou o desejo de que “ela faça o bem para o país”. Mas disse também que está agora a “começar uma luta de verdade”, em “defesa da pátria”.
“Quero agradecer também aos milhões de militantes que lutaram na rua por um Brasil soberano e democrático que seja propriedade do seu povo, vou carregar comigo cada olhar, frase, mensagem de estímulo que recebi”, sublinhou Serra.
“Enfrentámos forças terríveis. Vocês alcançaram uma vitória estratégica, construíram uma fortaleza, uma trincheira, um campo político de defesa da liberdade, da democracia e das grandes causas sociais e económicas do nosso país”, reforçou.
Os dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram um país que se divide entre as zonas mais empobrecidas nos Estados do nordeste e do Norte, onde Dilma foi a escolha prevalecente, e as regiões mais desenvolvidas do centro-oeste e do sudeste, onde Serra conseguiu os melhores resultados. A nordeste e no Norte, a candidata do PT só ficou aquém do adversário em Roraima, Acre e Rondónia. No centro-oeste e no sudeste, Brasília, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram as excepções na carteira do candidato do PSDB.
À segunda volta, a instituição responsável pelos actos eleitorais testemunhou, por outro lado, a mais alta taxa de abstenção desde o primeiro escrutínio para a Presidência brasileira do pós-ditadura, em 1989. Num país onde a ida às urnas é obrigatória, 21,5 por cento dos eleitores registados ficaram em casa.
“Sim, a mulher pode”
Confirmado o triunfo da candidata de Lula da Silva, os apoiantes de Dilma Rousseff saíram aos milhares para as ruas das cidades de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. O vermelho e a música do Partido dos Trabalhadores depressa encheram a capital do país. Foi em Brasília que antiga ministra da Casa Civil fez o discurso de vitória. Cedo salientou o facto de ter conseguido inscrever o seu nome na História do Brasil como a primeira mulher eleita para a Presidência: “Gostaria muito que os pais e mães das meninas olhassem hoje nos olhos delas e lhes dissessem sim, a mulher pode”.
“O meu primeiro compromisso é honrar as mulheres brasileiras. A minha alegria é ainda maior porque a presença de uma mulher na Presidência da República dá-se pela via democrática”, afirmou Dilma Rousseff, para acrescentar, em seguida, que “a igualdade de oportunidade entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia”.
A Presidente eleita comprometer-se-ia, depois, a zelar pela Constituição, colocando a tónica no respeito pelos Direitos Humanos, pela democracia e pela “mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa e de culto”. Sem perder de vista a herança do consulado de Lula da Silva, Dilma atribuiu ao Presidente em exercício a abertura de uma “nova era de prosperidade” que tornou “possível um sonho impossível”. E agradeceu “a honra do seu apoio” e “o privilégio da sua convivência”, “coisas que se guarda para a vida toda”: “Conviver durante todos esses anos com ele deu-me a exacta dimensão do governante justo e do líder apaixonado pelo seu país e por sua gente. A alegria que sinto hoje pela minha vitória se junta à emoção por sua despedida”.
“Um chamado à nação”
Não baixar os braços “enquanto houver fome” no Brasil foi um dos compromissos mais sonoros assumidos na noite eleitoral pela candidata vencedora. Trata-se, reconheceu Dilma, de uma “ambiciosa meta” que constitui “um chamado à nação”. “Peço humildemente o apoio de todos para superar este abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida”, exortou.
Para manter o ritmo de crescimento do Brasil, a Presidente eleita promete tratar da economia do país “com toda a responsabilidade”. O que não implica cortes em programas de apoio social, ou serviços considerados essenciais. Para gerir os sectores da educação, saúde e segurança, a sucessora de Lula tenciona formar uma equipa governativa de “primeira qualidade”. E será “rígida” na protecção do interesse público, sem contemplações “com o erro ou com o mal feito”.
Quanto à política externa, Dilma Rousseff, 40.º rosto na galeria de Presidentes do Brasil, preconizou a instituição de “regras muito claras e mais cuidadosas” para travar a especulação financeira. O seu Governo, garantiu, vai actuar “firmemente nos fóruns internacionais com esse objectivo”.
“Uma trincheira”
No campo derrotado, o reconhecimento da derrota não foi “um adeus”. José Serra fez da sua “mensagem de despedida” um “até logo”. Depois de acolher “com respeito e humildade a voz do povo nas urnas”, o candidato do PSDB cumprimentou a adversária do PT e expressou o desejo de que “ela faça o bem para o país”. Mas disse também que está agora a “começar uma luta de verdade”, em “defesa da pátria”.
“Quero agradecer também aos milhões de militantes que lutaram na rua por um Brasil soberano e democrático que seja propriedade do seu povo, vou carregar comigo cada olhar, frase, mensagem de estímulo que recebi”, sublinhou Serra.
“Enfrentámos forças terríveis. Vocês alcançaram uma vitória estratégica, construíram uma fortaleza, uma trincheira, um campo político de defesa da liberdade, da democracia e das grandes causas sociais e económicas do nosso país”, reforçou.