Dijsselbloem reitera que não quis ofender países do Sul

por Jorge Almeida - RTP
Yves Herman - Reuters

O presidente do Eurogrupo reiterou que nunca foi sua intenção ofender os países do Sul da Europa e insistiu que as suas declarações foram mal interpretadas.

Numa altura em que se encontra sob um forte coro de críticas do Parlamento Europeu, na sequência da entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, Jeroen Dijsselbloem, dirigiu uma carta a dois eurodeputados espanhóis que o haviam interpelado em 27 de março, após ter dito que não se pode pedir ajuda depois de se gastar todo o dinheiro em álcool e mulheres.

"Na entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, sublinhei a importância da solidariedade e reciprocidade no seio da União Europeia. Argumentei que a moldura acordada é crucial para a confiança na zona euro, tanto no mundo exterior como entre Estados-membros. Para que haja solidariedade entre os Estados-membros, algo que prezo muito, é crucial que todos mostrem comprometimento e responsabilidade", escreve Dijsselbloem na carta datada de hoje e divulgada em Bruxelas.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, enfrenta duras críticas. Foto - Eric Vidal - Reuters

Dijsselbloem termina a sua missiva afirmando que continua "totalmente comprometido" em prosseguir o trabalho com o Parlamento Europeu e com "todos os cidadãos europeus", reiterando que não tenciona demitir-se.

O presidente do Eurogrupo enfrenta agora críticas redobradas, por ter declinado, mais uma vez, o convite do Parlamento Europeu para participar num debate na assembleia, que se encontra reunida em sessão plenária em Estrasburgo desde segunda-feira.

Na sessão de abertura, o presidente do Parlamento, Antonio Tajani, que já criticara duramente as declarações do presidente do Eurogrupo, anunciou que vai enviar uma carta formal de protesto a Dijsselbloem.
Tópicos
PUB