Um atentado contra duas mesquitas na Nova Zelândia provocou esta sexta-feira pelo menos 49 mortos. A polícia deteve quatro pessoas e desativou explosivos que se encontravam num carro no centro da cidade de Christchurch.
Dez das vítimas foram abatidas na mesquita Linwood Masjid e outras 30 na mesquita de Al Noor, perto de Hagley Park.
Um homem que se identificou como Brenton Tarrant, de 28 anos, nascido na Austrália, reivindicou a responsabilidade pelos disparos e transmitiu em direto na Internet o momento do ataque. Tarrant deixou um manifesto anti-imigrantes de 74 páginas, no qual procurou justificar as ações.
A primeira-ministra neozelandesa classificou o sucedido como um ataque terrorista. Jacinta Ardern disse que é óbvio que os ataques foram planeados durante bastante tempo.
Tratou-se, segundo a governante, de "um ato de violência sem precedentes que não tem lugar na Nova Zelândia".
O nível de ameaça à segurança nacional foi entretanto elevado de baixo para alto.
Por sua vez, o homólogo australiano de Jacinta Ardern, Scott Morrison, descreveu Brenton Tarrant como "um terrorista extremista de direita".
"Esta é a sua casa. Elas são nós. A pessoa que perpetuou essa violência contra nós não é", frisou.
A polícia neozelandesa aconselhou as pessoas a não se deslocarem a qualquer mesquita no país e a ficarem em casa.
Os ataques, com início às 0h40 de Lisboa, aconteceram nas mesquitas de Al Noor, em Hagley Park, e de Linwood Masjid.
A equipa de críquete do Bangladesh, que está em Christchurch para defrontar a Nova Zelândia, encontrava-se na mesquita de Hagley Park para a oração diária quando o tiroteio começou, mas conseguiu abandonar o local sem que qualquer dos jogadores tenha sido atingido pelos disparos.
Christchurch é a maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia e a terceira maior cidade do país, com cerca de 376.700 habitantes. Localiza-se na costa leste da ilha e a norte da península de Banks. É a capital da região de Canterbury.