Um bombardeamento aéreo sobre um centro de detenção de migrantes nos arredores de Tripoli fez mais de 40 mortos. O ataque está a ser atribuído às forças do marechal Khalifa Haftar, que há três meses procura apoderar-se da capital da Líbia, controlada pelo Governo reconhecido pelas chancelarias internacionais.
O balanço de vítimas do bombardeamento da véspera é ainda provisório. Citada pela Reuters, a missão da ONU na Líbia refere 44 vítimas mortais e mais de 130 feridos.
O Governo de União Nacional emitiu entretanto um comunicado a denunciar “um crime odioso”. E a atribuir o bombardeamento a Khalifa Haftar, o marechal que domina o leste do país magrebino e cujo bastião é a cidade de Bengazi. As autoridades de Tripoli classificam-no mesmo como “criminoso de guerra”.
A autoria do raid sobre o centro de migrantes não foi ainda reclamada. Contudo, os meios de comunicação conotados com Khalifa Haftar davam contam, na última noite, de “uma série” de bombardeamentos em Tripoli e Tajura, no noroeste da Líbia.
As forças de Haftar – denominadas Exército Nacional Líbio - ameaçaram acentuar esta semana a ofensiva contra o Governo de União Nacional. Isto depois de terem perdido o controlo de Gharyan, a 100 quilómetros da capital.ACNUR “extremamente preocupado”
Na rede social Twitter, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados exprimiu preocupação com as informações saídas da Líbia.
Na rede social Twitter, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados exprimiu preocupação com as informações saídas da Líbia.
UNHCR is extremely concerned about news of airstrikes targeting Tajoura detention centre East of Tripoli, and accounts of refugees and migrants deceased.
— UNHCR Libya (@UNHCRLibya) 2 de julho de 2019
Civilians should never be a target.
“O ACNUR está extremamente preocupado com as notícias de ataques aéreos contra o centro de detenção de Tajura, a leste de Tripoli, e os relatos de refugiados e migrantes mortos. Os civis nunca deveriam ser um alvo”, lê-se na conta do organismo da ONU.
Adiante, o Alto Comissariado enuncia “três mensagens-chave”: migrantes e refugiados “não devem ser detidos”; a Líbia “não é um local de regresso seguro”; os países com poder de influência “devem cooperar para acabar com o conflito, ao invés de o alimentarem”.
As forças beligerantes na Líbia acusam-se mutuamente do recurso a combatentes mercenários e meios aéreos de potências estrangeiras. O Exército Nacional Líbio de Haftar estará a contar com o apoio continuado dos Emirados Árabes Unidos e do Egito, ao passo que as forças leais ao Governo de União Nacional têm sido abastecidas pela Turquia.
A Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL, na sigla inglesa) alerta repetidamente para a situação precária de aproximadamente 3500 migrantes e refugiados “em perigo” nos “centros de detenção situados perto de zonas de conflito” da Líbia.
Em comunicado, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros veio condenar “veementemente” o bombardeamento sobre o centro de detenção de migrantes.
“Este novo acontecimento trágico reforça a convicção do Governo português de que urge acordar um cessar-fogo entre todas as partes atualmente envolvidas no conflito militar na Líbia e retomar as negociações políticas conduzidas sob a égide das Nações Unidas”, escrevem as Necessidades.
Em comunicado, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros veio condenar “veementemente” o bombardeamento sobre o centro de detenção de migrantes.
“Este novo acontecimento trágico reforça a convicção do Governo português de que urge acordar um cessar-fogo entre todas as partes atualmente envolvidas no conflito militar na Líbia e retomar as negociações políticas conduzidas sob a égide das Nações Unidas”, escrevem as Necessidades.
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