Dezenas de pessoas foram detidas nas últimas horas por envolvimento em ações "criminosas e terroristas" na Venezuela, depois das presidenciais de domingo, disse o Presidente Nicolás Maduro, responsabilizando a oposição por esses acontecimentos.
"Assistimos a uma série de acontecimentos (...) ataques violentos, que podem ser chamados de criminosos, terroristas (...) várias dezenas dessas pessoas foram capturadas em flagrante delito", disse, na segunda-feira, Maduro, proclamado Presidente, para um terceiro mandato consecutivo, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano.
O líder chavista, no poder desde 2013, indicou que 80% dos detidos "têm antecedentes criminais" e alguns deles foram deportados para o país dos dos Estados Unidos, mas não forneceu identidades, nem pormenores.
Além disso, quase 90% "têm duas características: estão num estado avançado de toxicodependência e estão armados".
"Apelo à mais poderosa reação de repúdio destes atos criminosos, realizados por delinquentes dos `comanditos`", disse Maduro, referindo-se a grupos de cidadãos ligados à Plataforma Unitária Democrática (PUD), o principal bloco da oposição, que acusou de ter um plano para "desestabilizar novamente a Venezuela".
Entre as ações denunciadas por Maduro, contam-se ataques a "uma centena" das mais de 15.000 assembleias de voto instaladas para as eleições, destruição de "material eleitoral", fogo posto em "gabinetes de presidentes de câmara" e ataques a membros das Forças Armadas Nacionais e agentes da Polícia Nacional Bolivariana (PNB).
Estas acusações das autoridades não foram feitas no domingo, quando garantiram que o dia tinha decorrido sem incidentes.
O governo disse que pelo menos 23 soldados foram feridos, "alguns com armas de fogo, vítimas dos atos violentos" de segunda-feira, quando milhares de venezuelanos saíram às ruas de Caracas e de várias regiões do país para protestar, ações que, em várias delas, foram reprimidas por militares e policiais.
Durante o dia, pelo menos quatro estátuas do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013) foram derrubadas por manifestantes, em repúdio aos resultados oficiais das eleições, anunciados pelo CNE, de acordo com os quais Maduro obteve 51,2% dos votos e o candidato da PUD, Edmundo González Urrutia 44,2%, dados amplamente questionados pela coligação de oposição e grande parte da comunidade internacional.