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Dexametasona. O novo medicamento testado na luta contra a Covid-19

por Inês Geraldo - RTP
A dexametasona é a nova esperança na luta contra a covid-19 Reuters

Um anti-inflamatório tornou-se na nova esperança para combater a covid-19 pelo mundo. Um estudo da Universidade de Oxford revelou que a dexametasona, um medicamento de baixo custo, tem benefícios na luta contra o novo coronavírus. De acordo com a investigação, a dexametasona reduz para um terço o risco de morte em doentes ventilados e um quinto em pessoas que estejam a receber oxigénio.

De acordo com o estudo realizado pela Universidade de Oxford - e noticiado pela BBC -, a dexametasona, se utilizada atempadamente para tratar de doentes Covid-19 no Reino Unido, poderia ter salvado mais de cinco mil vidas, num país que conta mais de 40 mil vítimas mortais.

As novas descobertas mostram que o custo do medicamento pode ser uma vantagem no tratamento da Covid-19 em países com menor nível de rendimentos. O Governo britânico já garantiu que a dexametasona estará acessível no serviço nacional de saúde do país, com mais de 200 mil unidades disponíveis.
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Cláudia Almeida - Antena 1

A maioria dos doentes afetados por Covid-19 não necessita de tratamento hospitalar, mas para aqueles que necessitam de internamento a dexametasona está a ser utilizada para tratar os sintomas da doença.

Os testes foram conduzidos em mais de dois mil pacientes hospitalares. A estes foi administrada dexametasona e foi feita uma comparação a outros quatro mil que não tomaram o anti-inflamatório. Em pacientes com ventilador, o medicamento cortou o risco de morte dos 40 para os 28 por cento. Em doentes a receber oxigénio, esse número caiu dos 25 para o 20 por cento.

Um dos líderes da investigação da Universidade de Oxford, Peter Horby, explicou que até agora a dexametasona é o único medicamento que mostra uma redução no número de óbitos em pacientes Covid-19.
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Filipe Canhoto Ribeiro, Catarina Marques Rodrigues, Hermano Soares, Pedro Pessoa - RTP 

O professor Martin Landray falou em “benefícios claros” na lutar contra a pandemia: “O tratamento consiste em dez dias a tomar dexametasona e custa cinco libras por paciente. Este é um medicamente que está disponível em todo o mundo”.

Ainda de acordo com o professor Landray, por esta altura, os hospitais deviam administrar dexametasona aos pacientes sem esperarem por autorização.

No entanto, explica que os cidadãos não devem sair de casa e comprar o medicamento para o tomar, já que o mesmo parece não ajudar pessoas que apresentem sintomas ligeiros da Covid-19 e que não necessitem de ajuda para respirar.

A dexametasona fez parte de uma bateria de testes que também incluiu a hidroxicloroquina, que acabou por ter a autorização de uso revogada devido a problemas cardíacos. O remdesivir, usado para tratar o ébola, parece encurtar o tempo de recuperação dos pacientes, de 15 para 11 dias, e está também disponível no sistema de saúde britânico. No entanto, os estudos realizados não mostram que pode reduzir a mortalidade em doentes Covid-19.

A dexametasona é utilizada desde o fim da década de 60 no tratamento de várias doenças, como a artrite reumatoide e a asma. O medicamento é administrado via intravenosa nos cuidados intensivos e é dado em comprimidos par doentes menos graves.
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