Chefe das forças nucleares. Detido suspeito de assassínio do general russo Igor Kirillov

por RTP
O general Kirillov, de 54 anos, é o mais alto responsável militar russo a ser abatido desde o início da invasão na Ucrânia, em fevereiro de 2022 Sergei Chirikov - EPA

O Comité de Investigação russo anunciou esta quarta-feira a detenção de um homem suspeito de envolvimento no assassínio do general russo Igor Kirillov. O comandante das forças nucleares foi abatido na terça-feira, em Moscovo, num atentado à bomba já reivindicado pelas autoridades ucranianas.

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros adiantou que vai levar o assassinato do general Igor Kirilov ao Conselho de Segurança das Nações Unidas agendado para 20 de dezembro. A porta-voz, Maria Zakharova, garantiu que todas as pessoas envolvidas no homicídio serão encontradas e punidas.

"Um cidadão do Uzbequistão, nascido em 1995, foi detido por suspeita de ter cometido o atentado que custou a vida ao chefe das Forças de Defesa Nuclear, Biológica e Química da Rússia Igor Kirillov e ao assistente Ilia Polikarpov", declarou a comissão, em comunicado. O general Kirillov, de 54 anos, é o mais alto responsável militar russo a ser abatido desde o início da invasão na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Durante o interrogatório, o suspeito afirmou ter sido "recrutado pelos serviços especiais ucranianos", adiantou a mesma fonte.

A pedido destes, chegou a Moscovo e foi-lhe entregue um engenho explosivo, que colocou numa trotineta elétrica estacionada perto do edifício onde vivia o general Kirillov, indicou na mesma nota.

O suspeito alugou também um carro que estava igualmente estacionado perto do edifício e onde estava instalada uma câmara de vigilância, de acordo com os investigadores. 

O vídeo filmado por esta câmara foi transmitido "em tempo real aos organizadores do ataque, para a cidade de Dnipro", na Ucrânia, disse.

Assim que o general e o assistente saíram do edifício, o dispositivo explosivo foi ativado remotamente pelo suspeito, referiu o comunicado.

Por este atentado, foi prometida ao criminoso "uma remuneração de 100 mil dólares americanos [95,1 mil euros]" e a possibilidade de se mudar "para um dos países europeus", acrescentou.

O serviço de informações ucraniano SBU, que acusou Kirillov de ser responsável pela utilização de armas químicas contra tropas ucranianas, algo que Moscovo nega, assumiu a responsabilidade pelo assassinato.

c/ agências

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