Um segundo elemento da polícia da Catalunha (Mossos d`Esquadra) foi hoje detido por suspeita de ter ajudado o dirigente independentista Carles Puigdemont a abandonar o centro de Barcelona sem ser detido, disse esta força de segurança.
Segundo fontes policiais citadas pelos meios de comunicação social espanhóis, há já dois Mossos detidos no âmbito da investigação aberta para apurar que pessoas ajudaram Carles Puigdemont a entrar em Barcelona sem ser detido e depois colaboraram na sua fuga.
Puigdemont, antigo presidente do governo regional da Catalunha e protagonista da declaração unilateral de independência da região de 2017, vive no estrangeiro desde então, para fugir à justiça espanhola, e continua a ser alvo de um mandado de detenção em território nacional.
Apesar disso, conseguiu hoje surgir em público numa concentração de milhares de apoiantes no centro de Barcelona sem ser detido.
Depois de, a partir de um palco, se ter dirigido à multidão concentrada numa praça do centro de Barcelona, o dirigente separatista desapareceu e desconhece-se neste momento o seu paradeiro.
Eleito deputado nas eleições catalãs de 12 de maio, Puigdemont tinha anunciado na quarta-feira que estaria na sessão parlamentar de hoje, convocada para investir o socialista Salvador Illa presidente do governo regional, mas o plenário arrancou e decorreu sem a sua presença.
A polícia tinha montado um perímetro de segurança em redor do parlamento, com uma barreira policial que Puigdemont teria de cruzar para aceder ao edifício, mas nunca chegou a esse local, onde se esperava que fosse detido.
Os Mossos d`Esquadra acionaram depois a "operação Jaula", um dispositivo de segurança, com controlo de estradas, para tentar localizar Puigdemont, que não teve resultados.
A polícia da Catalunha garantiu, num comunicado, que tentou hoje deter o dirigente independentista nas ruas de Barcelona mas não conseguiu porque a prioridade foi evitar distúrbios, sublinhando que o político esteve sempre rodeado por milhares de pessoas e autoridades.
Face às críticas de que está a ser alvo, a polícia catalã nega também qualquer "acordo ou conversação prévios" com Puigdemont.
A polícia assegura que ativou um dispositivo considerado proporcional para evitar desordens públicas, atendendo ao anunciado regresso de Puigdemont a Espanha, mas também, em simultâneo, para garantir a segurança e a normalidade da sessão de investidura do novo presidente do governo regional no parlamento autonómico.