As autoridades moçambicanas anunciaram a detenção de cinco pessoas, três das quais funcionários do Ministério de Defesa, indiciadas no desvio de mais de 40 milhões de meticais (563 mil euros).
Trata-se de funcionários seniores e que estão ligados aos departamentos de administração e finanças, lê-se num comunicado do Gabinete Central do Combate à Corrupção (GCCC).
"A instrução logrou apurar fortes indícios de prática de crimes de peculato, enriquecimento ilícito, abuso de cargo ou função, fraude fiscal, associação criminosa e branqueamento de capitais", acrescenta-se no comunicado.
A instauração deste processo foi anunciada em 02 de agosto pelo porta-voz do GCCC, Romualdo Johnam.
"Para a consumação dos crimes, os agentes efetuaram transferências de valores para diversas empresas, supostamente contratadas, para aquisição de bens e prestação de serviços ao Estado, sem obediência ao lançamento de concurso e sem celebração de contrato", declarou, na altura, Romualdo Johnam, em conferência de imprensa de balanço das atividades no primeiro semestre deste ano em Maputo.
No total, segundo dados atualizados pelas autoridades, os indiciados terão desviado mais 40 milhões de meticais que tinham sido alocados ao Estado Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, embora, no início do mês, tivesse sido anunciado um valor de 52 milhões de meticais (732 mil euros, no câmbio atual).
"[Os indiciados] procederam com o pagamento de valores avultados em numerário para compra de bens a benefício pessoal, demonstrando sinais exteriores de riqueza que não se coadunam com os seus rendimentos lícitos", acrescentou, na altura, o porta-voz GCCC.
As autoridades moçambicanas apreenderam três casas e igual número de viaturas no âmbito do processo, autuado em setembro de 2023.